O solo é a base para os sistemas de produção de alimentos e fornece uma série de outros serviços, como mitigação do clima, conservação da biodiversidade e recreação. Apesar de sua importância, os solos permanecem negligenciados e continuam a ser degradados em escala sem precedentes, comprometendo a segurança alimentar, principalmente para a parte mais vulnerável da sociedade. Para ajudar a minimizar e reverter a degradação do solo, este projeto tem quatro objetivos principais: i) identificar e avaliar criticamente o conhecimento disponível sobre o custo-benefício das estratégias de sequestro do carbono no solo em áreas de restauração florestal, agroflorestas sintrópicas e áreas em recuperação; (ii) monitorar e analisar o sequestro de carbono do solo em campo em três contextos diferentes; (iii) realizar um estudo de análise do custo-benefício da aplicação de biocarvão nas áreas previamente selecionadas; (iv) realizar ações de sensibilização, disseminação do conhecimento científico e de educação ambiental para público alvo, particularmente os jovens do estado do Rio de Janeiro, a partir do uso da arte, de eventos criativos e engajamentos ativos. Para tal, serão aplicadas e testadas abordagens inovadoras, que auxiliem na disseminação do conhecimento científico e a educação ambiental, a partir de uma ressignificação dos solos para as novas gerações, buscando alterar as concepções pré-estabelecidas sobre a temática, estimulando mudanças comportamentais a partir de novas técnicas de avaliação, uso e manejo sustentável do solo.
Estágio: em andamento.
Atividades de campo 1:
Nos dias 08 e 09 de junho de 2023, a equipe do projeto “O futuro dos solos brasileiros: fronteiras para a produção sustentável de alimentos aliada à mitigação das mudanças climáticas” se reuniu em Silva Jardim com parceiros do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE-UFRJ), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), do Instituto Internacional para Sustentabilidades (IIS), do Instituto Verde Flora (IVF) e da Re.green para discutir sobre: i) a continuação do monitoramento da restauração na REBIO Poço das Antas; ii) o desenvolvimento de atividades relacionadas ao manejo integrado da paisagem, com intensificação sustentável da agricultura; e iii) explorar oportunidades para o engajamento com o público-alvo em temáticas como: PSA, valoração, educação, carbono.
No dia 08 de junho, a equipe se encontrou na Fazenda dos Cordeiros para conversar com os proprietários sobre a possibilidade de montar experimentos de monitoramento, a longo prazo, do carbono sequestrado no solo, em diferentes áreas produtivas da Fazenda. Também foi discutida a viabilidade produtiva de produtos com alto valor agregado, de acordo com a infraestrutura local. Por fim, também conversou-se sobre as lacunas da educação básica na região e as possibilidades de atuação do projeto em parceria com escolas municipais de Silva Jardim. Estas atividades buscam conciliar necessidades de pesquisa com demandas e interesses locais.
No dia 09 de junho, a equipe apresentou alguns dos resultados referentes ao plantio realizado, em 2016, na REBIO Poço das Antas, com quatro espécies (Schinus terebinthifolius, Cariniana legalis, Senna multijuga e Trema micrantha) e os seguintes tratamentos (controle, 20% de biocarvão, 40% de biocarvão e calcário), com 30 repetições de cada. Dentre os resultados apresentados, destaca-se os resultados do priming effect do biocarvão. Após a discussão, a equipe dirigiu-se para a REBIO Poço das Antas para observar e monitorar a área, além de prospectar novos experimentos no local.
Atividades de campo 2:
No dia 01 de julho de 2023, a equipe e parceiros do projeto “O futuro dos solos brasileiros: fronteiras para a produção sustentável de alimentos aliada à mitigação das mudanças climáticas” se reuniram na Fazenda dos Cordeiros para dar continuidade às atividades previstas no local. Nesse sentido, foi realizado um mapeamento da Fazenda associando ao histórico de uso do solo e cobertura atual das diferentes áreas da propriedade.
A partir desse mapeamento, foram pré-selecionadas as áreas que irão compor o experimento a ser realizado no local, e também, definidas as camadas de solo a serem coletadas e analisadas em laboratório. Como próxima etapa, será realizado o delineamento experimental, alinhando interesses de pesquisa e interesses dos proprietários locais.
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