Um hectare de floresta em pé na Amazônia presta serviços precificados em R$ 3.500 por ano. São os chamados serviços ambientais: oferta de água, a regulação do clima, a manutenção da fertilidade do solo, a prevenção da erosão e a polinização das culturas. Além do impacto na saúde, o turismo e a biodiversidade em si, que não foram precificados. Cerca de 40% dos produtos farmacêuticos dependem da riqueza biológica desses biomas brasileiros. O mesmo hectare desmatado para a pecuária daria um lucro de R$ 60 a R$ 100 por ano. Se usado para soja, o valor será de R$ 500 a R$ 1 mil por ano. A questão é que os serviços ambientais são benefícios para o agronegócio de forma geral e para toda a sociedade, numa perspectiva de longo prazo. Já os ganhos da pecuária e agricultura são imediatos e vão diretamente para o bolso do proprietário de terra, o que aumenta a pressão pelo desmatamento. Com base nesses dados, em recente entrevista para o jornal O GLOBO, o coordenador do CSRio Bernardo Strassburg explica porque a floresta em pé vale bem mais do que a terra desmatada. “Do ponto de vista do país, não faz o menor sentido desmatar mais do que já foi feito até hoje. Desmatar é péssimo negócio”, observa Bernardo.
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