O bioma Cerrado é um hotspot de biodiversidade mundial e sua vegetação tem relevância especial na mitigação das mudanças climáticas futuras e na manutenção do clima atual. É um dos maiores reservatórios de água do país, e exerce papel fundamental na produção alimentícia, fornecendo água, solo, polinização e controle de pragas, prestando importantes serviços ecossistêmicos. A produção agropecuária no Cerrado é uma parte importante da economia brasileira e o norte do bioma foi determinado como fronteira agrícola, em MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), para onde é projetada uma expansão de 3 a 5,2 Mha. Todavia, a produtividade agrícola no Cerrado está ameaçada, tanto pelo comprometimento que causa aos serviços ecossistêmicos, dos quais depende, quanto pela acentuação da seca prevista nos cenários de mudanças climáticas. A agricultura de commodities é a principal causa do desmatamento em MATOPIBA, e a principal ameaça para a biodiversidade do Cerrado. Apesar da área plantada de soja nessa região ter crescido continuamente nos últimos anos, a produtividade agrícola tem se mostrado bastante sensível e instável.
Diante desse contexto, a bióloga e consultora Branca Opazo Medina apresentou no Seminário CSRio a palestra “Caminhos para a conservação do Cerrado na última grande fronteira agrícola brasileira, MATOPIBA”, cujos resultados do mapeamento região, relacionados às APPs hídricas e outras áreas protegidas, revelam relevantes dados socioeconômicos e vulnerabilidade à seca no contexto das mudanças climáticas.
A palestra foi realizada no dia 27 de junho de 2019, na PUC-Rio.
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