Floresta preservada vale mais que terra desmatada, diz estudo

Um hectare de floresta em pé na Amazônia presta serviços precificados em R$ 3.500 por ano. São os chamados serviços ambientais:  oferta de água, a regulação do clima, a manutenção da fertilidade do solo, a prevenção da erosão e a polinização das culturas. Além do impacto na saúde, o turismo e a biodiversidade em si, que não foram precificados. Cerca de 40% dos produtos farmacêuticos dependem da riqueza biológica desses biomas brasileiros. O mesmo hectare desmatado para a pecuária daria um lucro de R$ 60 a R$ 100 por ano. Se usado para soja, o valor será de R$ 500 a R$ 1 mil por ano. A questão é que os serviços ambientais são benefícios para o agronegócio de forma geral e para toda a sociedade, numa perspectiva de longo prazo. Já os ganhos da pecuária e agricultura são imediatos e vão diretamente para o bolso do proprietário de terra, o que aumenta a pressão pelo desmatamento. Com base nesses dados, em recente entrevista para o jornal O GLOBO, o coordenador do CSRio Bernardo Strassburg explica porque a floresta em pé vale bem mais do que a terra desmatada. “Do ponto de vista do país, não faz o menor sentido desmatar mais do que já foi feito até hoje. Desmatar é péssimo negócio”, observa Bernardo.

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Observação de aves e Ciência Cidadã

Observação de aves e Ciência Cidadã

Das mais de 10.000 espécies de aves existentes no mundo, cerca de 1.900 vivem no Brasil. No entanto, apesar dessa enorme riqueza, a observação de aves no Brasil é algo recente quando comparado a outros países. Os primeiros clubes de observadores de aves surgiram nos anos 80. Enquanto nos EUA, por exemplo, onde existem cerca de 858 espécies, há registros de observação de aves desde 1901 e mais de 70 milhões de observadores. No último seminário do CSRio, o biólogo ornitólogo Prof. Dr. Henrique Rajão falou sobre o papel da observação de aves na Ciência Cidadã. Para ele, os observadores de aves contribuem, por exemplo, com as unidades de conservação na elaboração de listas e registros de novas espécies; integração com a comunidade do entorno; divulgação das UCs; estímulo da conservação e monitoramento de longo prazo, o que contribui para os planos de manejo. Ciência Cidadã é uma “parceria entre amadores e cientistas na coleta de dados em uma grande escala geográfica e ao longo de um grande período de tempo, documentando padrões ecológicos e tendências populacionais” (Bonney et al., 2009).

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Coordenador do CSRio é palestrante principal na ESP LAC 2018

Coordenador do CSRio é palestrante principal na ESP LAC 2018

Os benefícios que a natureza oferece aos seres humanos (serviços ecossistêmicos) são o elo entre a biodiversidade e o bem-estar humano e permeiam, direta ou indiretamente, vários Acordos Multilaterais Ambientais das Nações Unidas. Durante esta semana, diversas lideranças se reúnem na Conferência Regional “América Latina & Caribe/LAC” da Parceria Global de Serviços Ecossistêmicos (Ecosystem Services Partnership/ESP) para discutir o que os países da América Latina e do Caribe estão fazendo para cumprir esses acordos internacionais na perspectiva dos Serviços Ecossistêmicos. O coordenador do CSRio, Bernardo Strassburg será o palestrante principal deste dia 24 e explicará como uma abordagem estratégica para a restauração pode ajudar a maximizar os benefícios e reduzir os custos da restauração ecológica.

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Biodiversidade e Mudança Climática: Ciência Integrada para uma Política Coerente

Biodiversidade e Mudança Climática: Ciência Integrada para uma Política Coerente

O coordenador do CSRio, Bernardo Strassburg participa hoje, em Paris, do Workshop sobre Biodiversidade e Mudança Climática: Ciência Integrada para uma Política Coerente. O evento faz parte da agenda global da Convenção da Diversidade Biológica (CBD). No evento serão discutidas as últimas avaliações sobre o tema e aplicação às políticas públicas, através do diálogo entre as comunidades do clima e da biodiversidade, incluindo os dois principais processos de avaliação, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e a Plataforma Intergovernamental de Política Científica sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). A partir dos resultados obtidos, serão identificadas mensagens-chave para serem transmitidas à ministros e líderes políticos globais. A partir do evento, espera-se também fortalecer a colaboração entre as comunidades do clima e da biodiversidade.

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Seminário CSRio – 24/10

Seminário CSRio – 24/10

O próximo seminário do CSRio contará com a presença do Prof. Dr. Henrique Rajão, que falará sobre o tema observação de aves e ciência cidadã. O evento acontece dia 24 de outubro, as 17h no auditório RDC na PUC-Rio. Rajão, como é conhecido, é biólogo ornitólogo, professor adjunto da PUC-RJ e professor colaborador do mestrado profissional Biodiversidade em Unidades de Conservação , da Escola Nacional de Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. É um dos autores do livro “Aves do Jardim Botânico do Rio de Janeiro” e colaborador do Projeto Fauna do JBRJ. Ele também faz parte do COA-RJ, Clube de Observadores de Aves do Rio de Janeiro, criado em 1985, com o objetivo de “reunir pessoas de todas as profissões e idades, que têm como interesse comum as aves e gostam de enfrentar os desafios de procurá-las, identificá-las e observá-las na natureza.” Contamos com a presença de todos!

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Em busca de soluções para o conflito sobre a floresta mais antiga da Europa

Em busca de soluções para o conflito sobre a floresta mais antiga da Europa

A exploração da floresta mais antiga da Europa, a Floresta Białowieża, na Polônia, foi suspensa recentemente, provavelmente motivada pela decisão do Tribunal de Justiça Europeu de impor multas de 100.000 euros por dia, se a extração nos moldes antigos continuar. Embora isso seja percebido como uma vitória de ativistas ambientais sobre o Setor Florestal Polonês, ambos os lados afirmam agir no melhor interesse da sociedade, apoiados pela melhor ciência disponível. O futuro próximo da floresta de Białowieża permanece incerto. A disputa sobre a Floresta Białowieża  é um típico conflito de interesses representado por diferentes partes interessadas: ambientalistas, cientistas, governo local, silvicultores e empresários locais, e está relacionado à percepção de valor. Também destacamos o aspecto financeiro do conflito e discutimos como os impactos no turismo podem ter consequências de longo alcance, não apenas para a população local da região de Białowieża, mas também para a prestação de serviços ecossistêmicos de importância mundial, como a proteção exclusiva da biodiversidade.

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Mudanças nos serviços ecossistêmicos disponíveis após alterações no uso e cobertura daterra: o caso do Vale do Rio Paraíba do Sul

Mudanças nos serviços ecossistêmicos disponíveis após alterações no uso e cobertura daterra: o caso do Vale do Rio Paraíba do Sul

Agnieszka Latawiec e Aline Rodrigues são autoras do capítulo “Mudanças nos serviços ecossistêmicos disponíveis após alterações no uso e cobertura daterra: o caso do Vale do Rio Paraíba do Sul”, que integra o livro Geografia histórica do café no Vale do Rio Paraíba do Sul. A obra traz eflexões, estudos e propostas de revitalização e sustentabilidade para a região do Vale do Paraíba, percorrendo a história da passagem do café pelo Vale do Rio Paraíba e mostrando tanto o olhar geográfico e histórico ambiental quanto os custos ecológicos e sociais acarretados no período.

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Seminário do CSRio – importância econômica das unidades de conservação brasileiras

Seminário do CSRio – importância econômica das unidades de conservação brasileiras

O Centro de Ciências da Conservação e Sustentabilidade do Rio – CSRio, convida à todas e a todos para o próximo seminário, que acontecerá na 4ª feira, dia 03 de outubro, a partir das 17:00 no auditório do Rio Data Center (RDC), na PUC-Rio. Nesta edição contaremos com a presença de dois autores da recente publicação “Quanto Vale o Verde: A Importância Econômica das Unidades de Conservação Brasileiras” (CI-Brasil): Claudia Rosa e Gustavo Simas. Claudia Rosa tratará sobre Uso Público e sua contribuição para o bem-estar social e preservação ambiental, enquanto Gustavo Simas abordará sobre a importância econômica das UCs no que tange ao extrativismo e à pesca. Claudia é Mestra em Desenvolvimento Sustentável (UFRRJ) e atua em projetos de turismo sustentável, gestão e implantação do uso público em unidades de conservação. Gustavo Simas é Doutor em Ciências Ambientais e Florestais (UFRRJ), professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) e pesquisador do GEMA/UFRJ e INCT/PPED/UFRJ. O seminário é aberto ao público, e ao final das apresentações os debates serão conduzidos de forma aberta e participativa. Contamos com a sua presença! Equipe CSRio.

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Olhe para baixo – existe uma lacuna – a necessidade de incluir o solo dados na restauração da Mata Atlântica

Olhe para baixo – existe uma lacuna – a necessidade de incluir o solo dados na restauração da Mata Atlântica

A consideração dos indicadores de qualidade do solo é fundamental para a compreensão e gestão dos ecossistemas. Apesar da evidência sobre a importância do solo para a provisão de serviços ecossistêmicos locais e globais, como a regulação da água e do sequestro de carbono, o solo continua a ser um aspecto sub-investigado e neglicenciado nos estudos sobre restauração. Aqui nós avaliamos até que ponto indicadores de solo são levados em conta na restauração. Nós nos concentramos na Mata Atlântica brasileira, um bioma altamente fragmentado e um hotspot global de biodiversidade. Realizamos uma revisão sistemática da literatura e mostramos que a maioria (59%) dos estudos sobre restauração não consideraram nenhum indicador de solo. Estudos que demonstraram a importância dos indicadores do solo, em sua a maioria reportaram o pH do solo (71%, n = 44), seguido pelo teor de potássio (66%, n = 41) e fósforo (64,5%, n = 40), enquanto o indicador menos reportado foi a retenção de água (6,5%, n = 4). Apenas 40% dos estudos recuperados incluíram informações sobre sites de referência ou informações de linha de base do projeto. Complementamos nossa revisão de literatura com um estudo de caso sobre restauração em duas áreas de Mata Atlântica. Encontramos uma relação entre indicadores de solo como matéria orgânica do solo, nitrogênio, sódio e conteúdo de areia e indicadores acima do solo, confirmando a necessidade de incluir a seleção do solo na restauração. Além disso, nós descobrimos que, antes da restauração, nenhum desses indicadores de solo foi analisado. Este estudo destaca a lacuna existente em dados do solo na restauração em estudos sobre a Mata Atlântica brasileira. Nós pedimos aos cientistas e praticantes que incluam a análise básica do solo para maximizar os resultados da restauração.

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Avaliando o impacto de ações futuras na minimização de perda de vegetação por conversão de terra no Cerrado brasileiro frente as mudanças climáticas

Avaliando o impacto de ações futuras na minimização de perda de vegetação por conversão de terra no Cerrado brasileiro frente as mudanças climáticas

A rede de Unidades de Conservação (UC) é sistematicamente enviesada para locais remotos e improdutivos. Consequentemente, os processos que ameaçam a biodiversidade não são minimizados e o impacto da conservação – definido como os resultados ambientais benéficos decorrentes da proteção comparado a um cenário de não intervenção – é menor do que pensado. No entanto, muitos planos de conservação ainda têm como objetivo a representação de espécies, o que não necessariamente leva a um aumento no impacto da conservação, por não considerar as ameaças que elas enfrentam, como conversão de terra e mudanças climáticas. Nesse artigo buscamos identificar as prioridades espaciais de conservação que minimizem o risco de conversão de terra, e ao mesmo tempo, retenham locais de alto valor para a biodiversidade de plantas ameaçadas em um cenário de mudanças climáticas no Cerrado Brasileiro. Nós comparamos um método de implementação sequencial de ações de conservação com uma estratégia estática aplicada a um intervalo de tempo. Para ambos os cronogramas de ações de conservação, utilizamos dois métodos para estabelecer prioridades: i) um que minimiza a conversão de habitats esperada e prioriza locais de grande importância para as plantas ameaçadas (maximizando assim o impacto da conservação), e (ii) outro que prioriza os locais baseando-se somente na sua importância para as plantas ameaçadas, independentemente de sua vulnerabilidade à conversão de terra (maximizando a representação). Nós encontramos que os cenários que visam maximizar o impacto da conservação minimizaram não só a perda de vegetação, como também protegeram grandes proporções da distribuição de espécies dentro de UCs e áreas prioritárias. Dado que o planejamento para evitar a perda de vegetação fornece esses benefícios, informações referentes à vegetação poderiam representar um substituto confiável para a biodiversidade em geral. Além de permitir a realização de dois objetivos distintos (representação e impacto), as estratégias de impacto também possuem grande potencial de implementação sob as atuais políticas de conservação.

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Paulo D. Branco

Paulo D. Branco

Paulo é Mestre em Administração de Empresas e graduado em administração com especialização em Sistemas de Informação, ambos pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É professor do Mestrado Profissional em Ciência da Sustentabilidade do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC Rio, ligado ao Centro de Ciência em Conservação e Sustentabilidade do Rio (CSRio). Também lecionou no Mestrado Profissional em Gestão para a Competitividade com ênfase em Sustentabilidade, no Master em Gestão de Sustentabilidade e no PEC – Programa de Educação Continuada da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP); assim como no Mestrado Profissional em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável da Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (ESCAS), nos cursos de Graduação e Pós-Graduação do Departamento de Administração da PUC-Rio e no MBA em Gestão Empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ), tendo vários de seus trabalhos acadêmicos, nas áreas de Sustentabilidade, Educação e Negócios, publicados no Brasil e no exterior. Por quinze anos atuou como executivo nas áreas de desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas, e como consultor de gestão empresarial e facilitador em programas de desenvolvimento gerencial junto a empresas privadas e públicas de vários estados brasileiros. É diretor técnico do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS), associado-fundador do Instituto Fronteiras do Desenvolvimento e sócio fundador da Ekobé, uma das primeiras consultorias brasileiras especializada em sustentabilidade corporativa, onde tem contribuído para a integração de princípios e práticas do desenvolvimento sustentável na estratégia de diversas organizações nacionais e multinacionais, entre elas Natura, Banco Real/Santander, Alcoa, Arcelor Mittal, Banco Itaú, Nokia e Instituto Ethos, assim como na cadeia de valor de diferentes setores. Foi vice coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGVces) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP), onde liderou projetos nas áreas de estratégia e gestão de sustentabilidade, engajamento com stakeholders, cadeias de valor sustentáveis, inovação e empreendedorismo, internacionalização de empresas, entre outros. Conheça o Mestrado Profissional Ciência da Sustentabilidade

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Adriano Tamm

Adriano Tamm

Bacharel e licenciado em Geografia e Meio Ambiente pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), com domínio adicional em Questões Ambientais. Atualmente é mestrando em Geografia na mesma instituição e integra os grupos de pesquisas de Gestão Integrada da Paisagem (PUC-Rio), Centro de Ciências da Conservação e Sustentabilidade do Rio (CSRio), Grupo de Pesquisa Interinstitucional em Serviços Ecossistêmicos (PUC-Rio). Obteve bolsa de iniciação científica (PIBIC) e já foi estagiário na ECOBRAND Gestão Ambiental e no Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS). Neste último, desenvolveu análises sobre o processo de colonização vegetal em áreas degradadas de diferentes estágios sucessionais. Atualmente é Assistente de Pesquisa e Projetos, auxiliando na realização do ciclo de seminários CSRio e no planejamento e desenvolvimento de projetos, pesquisas e atividades de campo.

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