A erosão do solo como um dreno de resiliência em florestas tropicais perturbadas

A erosão do solo como um dreno de resiliência em florestas tropicais perturbadas

As florestas tropicais estão ameaçadas pela intensificação de perturbações de origem natural e antropogênica. Estes distúrbios reduzem a cobertura vegetal e deixam a superfície do solo vulnerável a processos erosivos, mas a floresta é abundante, geralmente os solos se recuperam. Nos trópicos, a variação na erosividade da chuva – uma medida da exposição potencial do solo à erosão hídrica – indica que os solos nas regiões mais úmidas sofrerão altas taxas de erosão se não estiverem protegidos pela cobertura de árvores. Dados que mostram a cobertura global deste século revelam que, na parte úmida da América do Sul, a cobertura vegetal das florestas tropicais está diminuindo enquanto a área de solo desprotegido aumenta. Nós abordamos o papel da erosão do solo como um mecanismo de feedback positivo que pode persistentemente alterar o funcionamento de florestas tropicais que sofrerão perturbações. Com base em extensa revisão de literatura, propomos um modelo conceitual em que a erosão do solo reforça os efeitos de perturbação nas florestas tropicais, reduzindo sua resiliência com o tempo e aumentando sua probabilidade de adoção de um tipo de vegetação alternativa que é persistentemente vulnerável à erosão. Apresentamos evidências de campo de apoio de duas florestas distintas na Amazônia central que foram repetidamente perturbadas. No geral, a força do feedback da erosão depende dos tipos e regimes de perturbação, bem como as condições ambientais locais, como topografia, inundação e fertilidade do solo. À medida que as perturbações se intensificam nas paisagens tropicais, nós argumentamos que o feedback de erosão pode ajudar a explicar por que certas florestas persistem em um estado degradado e muitas vezes passam por mudanças funcionais críticas.

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“Vai dar match? A relação entre a ciência e o governo” – Seminário CSRio 16-05

“Vai dar match? A relação entre a ciência e o governo” – Seminário CSRio 16-05

É com grande prazer que receberemos Rafael Loyola para o seminário “Vai dar match? A relação entre a ciência e o governo”, no dia 16 de maio (quinta-feira) às 16h, no Auditório do Direito (B8). Rafael Loyola é professor do Departamento de Ecologia da UFG, bolsista de Produtividade em Pesquisa nível 1A do CNPq e membro da Academia Brasileira de Ciências. Atualmente, é o Diretor Científico da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, onde gerencia projetos e equipe responsável por oferecer suporte adequado à tomada de decisão e elaboração de políticas ambientais intersetoriais no Brasil. É autor de mais de 180 publicações científicas, incluindo 11 livros, editor para as Américas da revista “Biological Conservation” e assessor científico de inúmeros periódicos e órgãos de fomento internacionais e nacionais Os encontros são abertos ao público, e o debate seguido da apresentação será conduzido de forma aberta e participativa. Não é necessária inscrição prévia. Será emitido certificado aos participantes que solicitarem. Dúvidas e informações: contato@csrio.usuarios.rdc.puc-rio.br Contamos com a participação de todas e todos! Data: 16/05/2019 Horário: 16h-19h Endereço: Auditório do Direito (B8) – 8° andar Ed Frings, PUC-Rio. R. Marquês de São Vicente, 225 – Gávea

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Bernardo Strassburg é entrevistado pelo Jornal Nacional sobre relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES)

Bernardo Strassburg é entrevistado pelo Jornal Nacional sobre relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES)

O diretor do IIS Bernardo Strassburg foi entrevistado no Jornal Nacional da última segunda-feira (06/05) sobre o relatório da ONU divulgado esta semana que alerta sobre o impacto humano na natureza. Bernardo é um dos co-autores do estudo que conclui que o ritmo de extinção de espécies de animais e plantas está acelerando em uma velocidade nunca vista antes – atualmente um milhão de espécies de animais e plantas correm risco de extinção.

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Bernardo Strassburg é um dos autores líderes do novo relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES)

Bernardo Strassburg é um dos autores líderes do novo relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES)

A avaliação é mais completa já realizada e aponta estudos científicos e casos de sucesso práticos para reverter este quadro. A natureza, em todo mundo, está em um processo de declínio como nunca visto antes da história da humanidade, acelerando a taxa de extinção de espécies e impactando diretamente o ser humano  –  é o que mostra o novo relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), cujo resumo foi aprovado na 7ª sessão do Plenário do IPBES, em reunião na semana passada (29 de abril a 4 de maio) em Paris. O relatório tem duas grandes mensagens principais. Por um lado, comprova um quadro trágico da devastação da natureza do planeta e as enormes consequências negativas desta devastação para o bem-estar humano. Por outro, com base em múltiplos estudos científicos e casos de sucesso práticos, ilumina caminhos para reverter este quadro e atingir ao mesmo tempo um estado de equilíbrio na nossa relação com o resto da natureza e os grandes objetivos de desenvolvimento sustentável que a humanidade traçou para si própria. Traz o alerta da situação catastrófica e os caminhos para sair dela. “A esmagadora evidência da Avaliação Global do IPBES, de um vasto leque de diferentes áreas de conhecimento, apresenta um quadro sinistro”, disse o Presidente do IPBES, Sir Robert Watson. “A saúde dos ecossistemas dos quais nós e todas as outras espécies dependem está se deteriorando mais rapidamente do que nunca. Estamos erodindo as próprias fundações de nossas economias, meios de subsistência, segurança alimentar, saúde e qualidade de vida em todo o mundo”. O pesquisador brasileiro Bernardo Strassburg, professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio e Diretor Executivo do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) foi um dos autores líderes do relatório. Focou sua contribuição no quinto capítulo, focado nos caminhos possíveis para sair da calamitosa situação atual para um futuro sustentável. A mensagem principal é que apenas com transformações em larga escala e coordenadas em diversos setores conseguiremos atingir um futuro sustentável. “A boa notícia é que não precisamos de nenhuma nova invenção, todos os elementos necessários para a transição para a sustentabilidade já estão sendo implementados com sucesso em diversas regiões do planeta, ainda que em pequenas escalas e de forma isolada”, ressalta Strassburg. Dentre as diversas medidas de feito já comprovado estão a expansão de áreas protegidas e terras indígenas, um planejamento espacial integrado que concilie áreas para produção agrícola, áreas para conservação e áreas para restauração da natureza. Estes elementos foram ilustrados no relatório com casos de sucesso do Brasil, que já levaram à maior redução de desmatamento que o mundo já viu em curto espaço de tempo (na Amazônia entre 2005 e 2012) e à experiências notáveis que conciliam produção, conservação e restauração. “Estes exemplos brasileiros de casos de sucesso no relatório global reforçam o nosso potencial único de liderar o mundo em uma transição que concilie a proteção à natureza e suas múltiplas contribuições para nós com o desenvolvimento rural sustentável e com um diferencial internacional. Para o setor agrícola, tal cenário evitará a atual degradação de solos, recursos hídricos e polinização, ao mesmo tempo que posicionará o agronegócio brasileiro na liderança da agricultura verde que já está se tornando exigência nos grandes mercados consumidores”, conclui o Prof. Strassburg. “O relatório também nos diz que não é tarde demais para fazer a diferença, mas apenas se começarmos agora em todos os níveis, do local ao global”, disse ele. “Através da ‘mudança transformadora’, a natureza ainda pode ser conservada, restaurada e usada de forma sustentável – isso também é fundamental para atender a maioria das outras metas globais. Por mudança transformadora, queremos dizer uma reorganização fundamental em todo o sistema, através de fatores tecnológicos, econômicos e sociais, incluindo paradigmas, metas e valores.” “Os Estados membros do Plenário do IPBES já reconheceram que, por sua própria natureza, a mudança transformadora pode esperar oposição daqueles com interesses investidos no status quo, mas também que tal oposição pode ser superada para o bem público mais amplo”, disse Watson. O Relatório de Avaliação Global do IPBES sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos é o mais abrangente já concluído. É o primeiro Relatório intergovernamental de seu tipo e baseia-se na histórica Avaliação Ecossistêmica do Milênio de 2005, introduzindo formas inovadoras de avaliar as evidências. Compilado por 145 autores especialistas de 50 países nos últimos três anos, com contribuições de outros 310 autores contribuintes, o Relatório avalia as mudanças nas últimas cinco décadas, fornecendo uma visão abrangente da relação entre os caminhos do desenvolvimento econômico e seus impactos na natureza. Também oferece vários cenários possíveis para as próximas décadas. Além de Strasssburg, contribuíram também para o estudo a diretora executiva do IIS e Professora do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio Agniezka Latawiec e a assistente de pesquisa do IIS Fernanda Tubenchlak. Com base na revisão sistemática de cerca de 15.000 fontes científicas e governamentais, o Relatório também extrai (pela primeira vez nessa escala) conhecimento indígena e local, particularmente sobre questões relevantes para os Povos Indígenas e Comunidades Locais. O Relatório conclui que cerca de 1 milhão de espécies animais e vegetais estão agora ameaçadas de extinção, e muitas dessas podem vir a se extinguirem em apenas décadas, mais do que nunca na história da humanidade. A abundância média de espécies nativas na maioria dos habitats terrestres diminuiu em pelo menos 20%, principalmente desde 1900. Mais de 40% das espécies de anfíbios, quase 33% dos corais formadores de recifes e mais de um terço de todos os mamíferos marinhos estão ameaçados. O quadro é menos claro para espécies de insetos, mas evidências disponíveis apontam para uma estimativa de 10% de espécies ameaçadas. Pelo menos 680 espécies de vertebrados foram levadas à extinção desde o século XVI e mais de 9% de todas as raças domesticadas de mamíferos usados ​​para alimentação e agricultura foram extintas em 2016, com pelo menos mais 1.000 raças ainda ameaçadas. Para aumentar a relevância política do Relatório, os autores da avaliação classificaram, pela primeira

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Vídeo – “Experiência do programa Rio Rural e Transição Agroecológica no Noroeste Fluminense” – Seminário CSRio 02-05

Vídeo – “Experiência do programa Rio Rural e Transição Agroecológica no Noroeste Fluminense” – Seminário CSRio 02-05

Assista na íntegra o Seminário do CSRio que aconteceu na PUC-Rio em 02 de maio de 2019, com Ana Paula Pegorer de Siqueira, sobre a “Experiência do programa Rio Rural e Transição Agroecológica no Noroeste Fluminense”. Neste encontro, a palestranteapresentou sua experiência de 7 anos no Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável em Microbacias Hidrográficas (Rio Rural), em especial sobre as estratégias de capacitação e metodologias utilizadas, os desafios e os resultados da transição agroecológica com agricultores familiares numa região com grandes desafios climáticos, o Noroeste Fluminense.  Acesse o vídeo.

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Vídeo “Psicologia da Conservação e Comunicação para a Sustentabilidade” – Seminário CSRio 25-04

Vídeo “Psicologia da Conservação e Comunicação para a Sustentabilidade” – Seminário CSRio 25-04

Assista na íntegra o Seminário do CSRio  que aconteceu na PUC-Rio em 25 de abril de 2019, com Fernanda Gomes, gerente de comunicação do Instituto Internacional para Sustentabilidade. Fernanda apresentou a palestra “Psicologia da Conservação e Comunicação na transição para a sustentabilidade” que abordou o papel da comunicação como ferramenta da psicologia da conservação na mudança de comportamentos relacionados à conservação de recursos e ecossistemas, Acesse o vídeo.

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Seminário CSRio:  “Experiência do programa Rio Rural e Transição Agroecológica no Noroeste Fluminense”

Seminário CSRio: “Experiência do programa Rio Rural e Transição Agroecológica no Noroeste Fluminense”

No Seminário do CSRio que aconteceu no dia 02 de maio de 2019,  contaremos com a presença de Ana Paula Pegorer de Siqueira, que  apresentará a “Experiência do programa Rio Rural e Transição Agroecológica no Noroeste Fluminense”. O evento acontece às 16h no auditório Rio Data Center (RDC), na PUC-Rio. Ana Paula está há 7 anos no Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável em Microbacias Hidrográficas (Rio Rural), envolvida nas estratégias de capacitação e metodologias utilizadas, os desafios e os resultados da transição agroecológica com agricultores familiares numa região com grandes desafios climáticos, o Noroeste Fluminense. Os encontros são abertos ao público, e o debate seguido da apresentação será conduzido de forma aberta e participativa. Não é necessária inscrição prévia. Será emitido certificado aos participantes que solicitarem. Dúvidas e informações: contato@csrio.usuarios.rdc.puc-rio.br Contamos com a participação de todas e todos! Ana Paula Pegorer de Siqueira é agrônoma formada pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1992), mestre em Planejamento e Desenvolvimento Rural Sustentável – FEAGRI/UNICAMP (2008) e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária (PPGCTIA), Doutorado Binacional – UFRRJ- Brasil/UNRC-Argentina em andamento. Sócia fundadora da empresa Agroecologia Rio Ltda, consultoria em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável. Entre 2011 à 2018 atuou como consultora da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio de Janeiro, PESAGRO-Rio, como articuladora da Rede de Pesquisa, Inovação, Tecnologias e Serviços Sustentáveis em Microbacias Hidrográficas – do Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável em Microbacias Hidrográficas – RIO RURAL. Tem experiência na Implantação de Sistemas Participativos de Garantia Orgânica e há mais de 20 anos em capacitações técnicas agroecológicas. Experiência na área de Agricultura Orgânica, Natural e Agroecologia, com ênfase em Metodologias participativas e Manejo Agroecológico do Solo e do Agroecossistema. Atuou entre dezembro de 2014 a fevereiro de 2019 como Coordenadora Técnica da ABIO, Associação de Agricultores Biológicos do Rio de Janeiro, 2º maior Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade Orgânica – OPAC do Brasil com 46 grupos de agricultores e mais de 700 certificados de produção Orgânica.

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Seminário CSRio: “Psicologia da Conservação e Comunicação na transição para a Sutentabilidade”

Seminário CSRio: “Psicologia da Conservação e Comunicação na transição para a Sutentabilidade”

Convidamos vocês para o seminário “Psicologia da Conservação e Comunicação na transição para a Sutentabilidade”, no dia 25 de abril (quinta-feira) às 16h, no Auditório do Direito (B8), Edifício Frings, na PUC-Rio. Iremos receber Fernanda Gomes que abordará o papel da comunicação como ferramenta da psicologia da conservação na mudança de comportamentos relacionados à conservação de recursos e ecossistemas, na relação harmoniosa entre todos os elementos da natureza e na melhoria da qualidade de vida relacionada aos aspectos da sustentabilidade. Os encontros são abertos ao público, e o debate seguido da apresentação será conduzido de forma aberta e participativa. Não é necessária inscrição prévia. Será emitido certificado aos participantes que solicitarem. Dúvidas e informações: contato@csrio.usuarios.rdc.puc-rio.br Contamos com a participação de todas e todos! Data: 25/04/2019 Horário: 16-19h + Happy Hour Endereço: Auditório do Direito (B8) – 8° andar Ed Frings, PUC-Rio. R. Marquês de São Vicente, 225 – Gávea Fernanda Gomes é mestre em Comunicação para o Marketing pela Universidade de Westminster, na Inglaterra, bacharel em Comunicação Social pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP-PR), bacharel em Design Gráfico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e licencianda em Ciências Biológicas pela UFRJ. Trabalhou em agências e no departamento de comunicação e marketing de grandes empresas e organizações não-governamentais no Brasil e no exterior. Foi bolsista do Departamento de Ecologia da UFRJ e é co-fundadora de uma ONG voltada à divulgação científica. Hoje atua como Gerente de Comunicação do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) e do Centro de Ciências da Conservação e Sustentabilidade do Rio (CSRio), desenvolvendo estratégias de comunicação para a divulgação científica, sensibilização de tomadores de decisão e implementação de projetos de conservação junto às comunidades – mais especificamente voltadas à conscientização e mudança de comportamento dos diversos atores. Assista o vídeo com a apresentação na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=24TEda9Fkbs&feature=youtu.be

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Vídeo “Ações baseadas em ecossistemas (AbE)” | Seminário CSRio com Thais Kasecker | 04/04/2019

Vídeo “Ações baseadas em ecossistemas (AbE)” | Seminário CSRio com Thais Kasecker | 04/04/2019

Assista na íntegra o Seminário do CSRio  que aconteceu na PUC-Rio em 04 de abril de 2019, com Thaís Kasecker, Superintendente de Mudanças Climáticas na Secretaria do Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro (SEAS). Thaís apresentou a palestra “Ações baseadas em ecossistemas e a transição para a sustentabilidade”, que abordou como o uso da biodiversidade e ecossistemas pode reduzir a vulnerabilidade das pessoas as às mudanças climáticas. Acesse o vídeo.  

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Sustentando a terra de baixo para cima: desenvolvendo modelo conceitual de valoração dos serviços ecossistêmicos para solos tropicais

Sustentando a terra de baixo para cima: desenvolvendo modelo conceitual de valoração dos serviços ecossistêmicos para solos tropicais

Os solos fornecem a base para a produção de alimentos e ajudam a controlar os impactos das mudanças climáticas, regulando os gases de efeito estufa e a água. No entanto, o solo continua sendo um recurso negligenciado pelos governos e, consequentemente, os agricultores e tomadores de decisão subestimam seu valor. O conceito dos serviços ecossistêmicos (SE) surge para contribuir na transformação do cenário de degradação, buscando promover a gestão sustentável de paisagens. Estruturas conceituais sobre os SE foram desenvolvidas, mas ainda assim, a definição de serviços do solo é pouco discutida, assim como o seu reconhecimento na prestação de serviços. A apropriação deste conceito é ainda menos frequente em pesquisas nos países da região tropical, devido ao baixo número de estudos, projetos e iniciativas dedicadas ao tema, quando comparados com a região temperada. Essa situação coloca importantes paisagens em maiores dificuldades de transformar o atual cenário de degradação. Este projeto buscou aprofundar a discussão sobre o papel dos solos como provedores de SE, aplicar métodos de avaliação e valoração dos serviços, além de contribuir para uma melhor comunicação sobre a importância dos solos para diferentes atores.  O projeto é financiado pela Newton Fund Advanced Fellowship, Royal Society (UK), Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e executado com apoio da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).  Desenvolvimento de um modelo para avaliação/valoração dos serviços ecossistêmicos do solo (SES). Foi realizada uma ampla revisão sobre os SES, apresentando como eles têm sido abordados nas políticas públicas do Brasil. Além de destacar como a abordagem interdisciplinar pode ser um elemento chave em projetos de Restauração de Paisagens Florestais (RPF). O modelo foi utilizado na avaliação e valoração dos experimentos associados ao projeto, em colaboração com um grupo de pesquisa da Escola de Ciências Ambientais da Universidade de East Anglia – United Kingdom, também atuante na temática da ciência do solo e dos SES. Uma estrutura conceitual atualizada foi desenvolvida baseada na revisão de trabalhos anteriores, sintetizando os SES e sua relação com os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), útil à academia e aos tomadores de decisão. Os resultados da revisão relacionado à economia de carbono do solo, indicam que o estabelecimento dessa economia tem o potencial de proporcionar uma mudança de paradigma que acelerará a mitigação das mudanças climáticas, e simultaneamente, obterá ganhos líquidos para a saúde do solo e prestação dos SES.  Assim, o consenso sobre os instrumentos de certificação usados ​​para o  armazenamento de carbono a longo prazo e o desenvolvimento de acordos e processos institucionais robustos para facilitar esse comércio, são fundamentais para o surgimento de uma economia global de carbono do solo. Avaliação e valoração dos serviços ecossistêmicos do solo (SES) em dados coletados em campo. Foram realizados estudos de caso na região tropical, e em especial a área que abriga o bioma da Mata Atlântica, buscando investigar áreas de pastagens e em restauração florestal, paisagens frequentemente encontradas na região. Um dos estudos de caso se dedicou a avaliar a dinâmica do solo em áreas em restauração florestal, regeneração e pastagem abandonada (controle), na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João (APA SJ).  Neste local, nos primeiros seis anos após a restauração, não foram observadas diferenças significativas entre os solos, exceto para os teores de pH, Na, Fe e Mn, o que pode ser devido às propriedades individuais dos solos avaliados. Os resultados sugerem uma recuperação lenta das principais propriedades físico-químicas do solo em terras abandonadas que antes eram usadas para pastagem de gado, independentemente do método de restauração. Considerando os custos de ambos os métodos, a regeneração natural é a mais favorável. O que reforça a importância de incluir parâmetros do ecossistema, como propriedades do solo e histórico do uso da terra em projetos de restauração.  Já no experimento de restauração da Mata Atlântica com diferentes técnicas de plantio, os resultados demonstraram que mesmo com a baixa sobrevivência das plântulas, o manejo com o plantio das mudas apresentou efeito positivo para a qualidade do solo ao longo de quatros anos. Recuperar solos degradados e florestas podem gerar benefícios ambientais e econômicos aos proprietários, considerando o fortalecimento de um mercado de carbono no país. Este estudo preenche algumas lacunas de conhecimento relacionadas à temática dos SES na região tropical e oferece informações úteis para a gestão sustentável de paisagens.  Pesquisas sobre como as diferentes estratégias de restauração influenciam a recuperação das propriedades do solo e dos SES são escassas. Estas informações não são apenas fundamentais para o sucesso da restauração a longo prazo, mas também para o monitoramento das mudanças nos solos, recurso responsável pela provisão de vários serviços ecossistêmicos. Coleta, intercâmbio e disseminação de conhecimento e divulgação sobre os SES na interface ciência-prática-políticas públicas Abordagens inovadoras de comunicação do conhecimento científico para a audiência não científica demonstram ser ferramentas potenciais para comunicar diferentes teorias, conceitos e promover reflexões sobre o status dos recursos naturais.  Para isso, em 2019, a equipe do projeto visitou a Escola Estadual Andre Maurois e aplicou um jogo sobre manejo dos recursos naturais e serviços ecossistêmicos (fishing game) em uma turma do 1° ano do Ensino Médio. O intuito foi discutir com os alunos conceitos como tragédia dos comuns, ponto de inflexão, sustentabilidade, rendimento máximo sustentável, entre outros. Os resultados da aplicação do jogo no ambiente escolar, demonstraram que a introdução de conceitos na dinâmica oferece a oportunidade de análise do comportamento humano. Os alunos expressaram seu entendimento de que o jogo representa a realidade, onde o manejo ruim dos recursos naturais, como por exemplo os solos, pode ser prejudicial para as próximas gerações. Compreender a percepção que a sociedade possui da natureza também é primordial para entender o comportamento humano e a tomada de decisões sobre o meio ambiente. Dessa forma, um estudo foi realizado no Brasil e na Polônia para avaliar o valor e a percepção da economia de terra para a natureza. Os países foram selecionados por amostragem

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Seminário CSRio: “Ações baseadas em ecossistemas e a transição para a sustentabilidade”

Seminário CSRio: “Ações baseadas em ecossistemas e a transição para a sustentabilidade”

No Seminário CSRio que acontece no dia 04 de abril,  Thaís Kasecker, Superintendente de Mudanças Climáticas na Secretaria do Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro (SEAS), apresentará a palestra “Ações baseadas em ecossistemas e a transição para a sustentabilidade”, abordando como o uso da biodiversidade e ecossistemas pode reduzir a vulnerabilidade das pessoas as às mudanças climáticas. Thaís Kasecker é Superintendente de Mudanças Climáticas na Secretaria do Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro (SEAS), conduzindo as agendas de adaptação e mitigação no Estado. É Bióloga, mestre e atualmente doutoranda em Ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro com projeto de pesquisa em Desenvolvimento Sustentável e Adaptação às Mudanças Climáticas baseada em Ecossistemas. Desenvolveu sua carreira com atividades ligada à Conservação da Biodiversidade (monitoramento da biodiversidade, implementação de Áreas Protegidas, Áreas Prioritárias, promoção de capacitação e pesquisa) e também com pesquisas em Ecologia da Paisagem (conservação e ordenamento territorial), Mudanças Climáticas, Sustentabilidade e Conservação para subsidiar a construção de políticas públicas. Trabalhou na Conservação Internacional-Brasil por mais de 10 anos, onde atuou como pesquisadora nessas temáticas, e também na gerência de projetos e captação de recursos. O evento acontece das 16 às 19h e será seguido de um Happy Hour. Endereço: Auditório Rio Data Center (RDC) PUC-Rio. R. Marquês de São Vicente, 225 – Gávea Os encontros são abertos ao público, e o debate seguido da apresentação será conduzido de forma aberta e participativa. Será emitido certificado aos participantes que solicitarem. Confirme sua presença Dúvidas e informações: contato@csrio.usuarios.rdc.puc-rio.br

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Abordagens inovadoras pró-ambientais que transformam paisagens em grande escala

Abordagens inovadoras pró-ambientais que transformam paisagens em grande escala

No Seminário do CSRio que aconteceu no dia 21 de março, a diretora do IIS Prof. Agnieszka Latawiec e a pesquisadora Ingrid Pena apresentaram “Abordagens inovadoras pró-ambientais que transformam paisagens em grande escala”, a partir de experiências e ideias que criaram condições, espaços e processos que abriram caminhos rumo à sustentabilidade socioambiental. Assista o vídeo com os melhores momentos do evento.

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