Seminário CSRio: Gestão metropolitana no Brasil: desafios e potencialidades para as Sustentabilidades

Seminário CSRio: Gestão metropolitana no Brasil: desafios e potencialidades para as Sustentabilidades

As regiões metropolitanas são constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, onde se busca integrar a organização, planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Essas regiões compreendem as maiores cidades, aglomerações populacionais, recursos e instituições de um país, desempenhando significativa influência em diversas esferas sociais. Compreender a gestão metropolitana no Brasil é fundamental par identificar as estratégias dos agentes econômicos e políticos que desenham o cenário de desafios e perspectivas para alcançar a sustentabilidade. Nesse Seminário CSRio, o pós doutor em Geografia Política e ensino de Ciências Sociais pela Universidad Autónoma de Madrid (UAM) e vice decano do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio, Augusto Cesar Pinheiro, apresenta e discute os desafios e potencialidades da Gestão metropolitana no Brasil para as Sustentabilidades (pluralidade atribuída aos diversos tipos de sustentabilidade). A apresentação aconteceu no dia 29 de outubro de 2020 (quinta-feira), de 17h00 às 19h00, por meio de videoconferência. Sobre o palestrante: Augusto Cesar Pinheiro da Silva cursou graduação (1990), mestrado (1996) e doutorado (2005) em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Realizou o pós-doutorado em Geografia Política e Ensino de Ciências Sociais na Universidad Autónoma de Madrid (UAM) entre 2009 e 2010. Professor de Geografia pela UFRJ, é bolsista Produtividade do CNPq (PQ). É Professor Adjunto I do quadro permanente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) desde 2002, ocupando cargos diversos de gestão departamental e acadêmica. É Vice-Decano de Graduação desde 2015 e de Pós-Graduação desde 2017, do Centro de Ciências Sociais (CCS) da PUC-Rio. Ainda é Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foi bolsista Jovem Cientista do Nosso Estado (FAPERJ 2013-2016). Tem experiência nos estudos geográficos nas áreas de Gestão do Território, Governança coopertativa e coparticipativa, Geografia Política e Regional (Mundo e Rio de Janeiro), Políticas Públicas Setoriais e Educação Geográfica, atuando, principalmente, nos seguintes temas: gestão territorial no estado do Rio de Janeiro, arquiteturas políticas de governanças cooperativas, ensino de Geografia, Políticas públicas setoriais no Rio de Janeiro e Desenvolvimento regional e temas contemporâneos de Geografia Regional e Humana. É Coordenador do Projeto CAPES-Print (2018-2023) ‘Redes Interinstitucionais dos Mundos Ibérico e Iberoamericano’, do grupo de investigação Dinâmicas Sociais do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio; É Responsável pela Rede Brasil-Hungria de conexões interinstitucionais PUC-Rio-Pécs-Szeged; Membro da FIEALC Internacional; É líder do grupo de pesquisa GeTERJ (Gestão Territorial no Estado do Rio de Janeiro), pesquisador dos grupos ‘Pesquisa em Educação Geográfica’ (GPEG/UERJ), ‘Rede de Geografia Política, Geopolítica e Gestão do Território’ (pool entre 15 IES brasileiras) e do de ‘Investigaciones Geopolítica y Educativas’, da Universidad Autónoma de Madrid (UAM), orientando pós-doutorandos brasileiros e estrangeiros, e alunos de IC, mestrandos e doutorandos diversos. É Coordenador setorial do PIBIC- CCS PUC-Rio e avaliador institucional e de cursos de graduação do INEP/MEC e elaborador / avaliador de itens do ENEM, ENADE e ENCCEJA. Os encontros são abertos ao público, e o debate seguido da apresentação será conduzido de forma aberta e participativa. Não é necessária inscrição prévia. Informações: contato@csrio.org

Read more

Definição de metas ambiciosas para a biodiversidade e sustentabilidade

A política global de biodiversidade está em uma encruzilhada. Recentes avaliações globais da natureza e do clima mostram tendências de piora e uma janela de ação que se estreita rapidamente. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) anunciou recentemente que, das 20 metas de Aichi estabelecidas em 2010, apenas seis foram parcialmente alcançadas. Diante desse cenário, as nações estão negociando a próxima geração de metas globais da CDB, a serem adotadas em 2021, e que enquadrarão as ações dos governos e outros atores nas próximas décadas. Em resposta às metas propostas no esboço do Quadro de Biodiversidade Global (GBF) pós-2020, foi solicitado aos negociadores que levantassem os três pontos que críticos, uma vez que os objetivos acordados são estabilizar ou reverter o declínio da natureza. Em primeiro lugar, o estabelecimento de múltiplos objetivos são necessários, em função da complexidade da natureza, que apresenta diferentes perspectivas – genes, populações, espécies, história evolutiva profunda, ecossistemas e suas contribuições para as pessoas – tendo diferentes distribuições geográficas assim como diferentes respostas aos direcionamentos humanos. Em segundo lugar, as interligações entre essas facetas significam que as metas devem ser definidas e desenvolvidas de forma holística, ao invés de isoladas, com potencial para avançar em várias metas simultaneamente e minimizar os trade-offs entre elas. Terceiro, apenas o mais alto nível de ambição ao definir cada meta e implementar todas as metas de maneira integrada dará uma chance realista de parar – e começar a reverter – a perda de biodiversidade até 2050. Columns show different facets of nature and its contributions to people (NCP). Each cell shows a potential goal (in bold) at a particular level of ambition in attaining it, and some consequences of reaching it, including effects on the other facets of nature and NCP. Only the scenario in green would contribute substantially to “bending the curve” of biodiversity loss. See supplementary materials for further details.

Read more
Seminário CSRIO: Novos frameworks são necessários? Discussão no âmbito de projetos ambientais

Seminário CSRIO: Novos frameworks são necessários? Discussão no âmbito de projetos ambientais

Frameworks são ferramentas que unem palavras, ideias e informações sobre um determinado tema de pesquisa. A construção de um conceito, abordagem, teoria ou método pode envolver a elaboração de um ou de diversos frameworks. Nesse CSRio, a doutora em Ciências Ambientais e coordenadora do CSRio, Agnieszka Latawiec, e a geógrafa e doutoranda em Geografia, Aline Rodrigues, apresentam e discutem o desenvolvimento de alguns frameworks e a utilidade (ou não) dos mesmos relacionados aos serviços ecossistêmicos e às Soluções Baseadas na Natureza (SbN). A apresentação aconteceu no dia 22 de outubro de 2020 (quinta-feira), de 17h00 às 19h00, por meio de videoconferência. Sobre as palestrantes: Agnieszka é bacharel em engenharia de proteção ambiental, com mestrado em proteção ambiental (pela Universidade de Ciências da Vida, Polônia) e PhD em ciências ambientais pela Universidade de East Anglia, no Reino Unido. Atualmente, é professora Adjunta do Departamento de Geografia e Meio Ambiente na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Professora Associada do Departamento de Engenharia de Produção, Logística e Ciência da Computação Aplicada, Universidade de Agricultura, Cracóvia, Honorary Senior Lecturer da Escola de Ciências Ambientais da Universidade de East Anglia e co-fundadora e Diretora Executiva do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS).Nos últimos anos, se concentrou em aspectos mais amplos do gerenciamento da terra, participando ou liderando projetos relacionados à mudança no uso da terra e à tomada de decisões. Busca pesquisas colaborativas interdisciplinares sobre vários tópicos relacionados ao manejo da terra, sustentabilidade, indicadores de sustentabilidade, ciência do solo aplicada e tomada de decisões ambientais.Também é Coordenadora Adjunta do Mestrado Profissional em Ciência da Sustentabilidade da PUC-Rio, Coordenadora do CSRio – PUC-Rio, Líder do Grupo de Pesquisa Gestão Integrada da Paisagem e Líder do Grupo de Pesquisa Interinstitucional sobre Serviços Ecossistêmicos. Aline é bacharel e mestre em Geografia e Meio Ambiente pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atualmente é aluna de doutorado em Geografia pela mesma universidade e assistente de pesquisa no Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS). Tem experiência nas áreas de história ambiental, ciência do solo e restauração florestal da Mata Atlântica. Atuou e atua em projetos de caracterização de solos e avaliação de serviços ecossistêmicos de solos de sistemas agrícolas, pecuários e florestais.   Os encontros são abertos ao público, e o debate seguido da apresentação será conduzido de forma aberta e participativa. Não é necessária inscrição prévia. Informações: contato@csrio.org  

Read more

Restaurar 30% das áreas degradadas do planeta de forma otimizada pode salvar 71% de espécies da extinção e absorver quase a metade do carbono acumulado na atmosfera desde a Revolução Industrial

Em todos os continentes, florestas, pastagens, estepes, pântanos e ecossistemas áridos foram substituídos por cultivos agrícolas. Segundo o estudo publicado no dia 14 de outubro por 27 pesquisadores de 12 países sob a liderança do coordenador do CSRio, Bernardo Strassburg, a restauração de alguns desses ecossistemas específicos ao seu estado natural salvaria a maioria das espécies terrestres de mamíferos, anfíbios e pássaros ameaçadas de extinção. Ao mesmo tempo, absorveria mais de 465 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. A restauração de 30 % das áreas prioritárias identificadas no estudo, além da conservação dos ecossistemas que atualmente se encontram em seu estado natural, absorveria uma quantidade equivalente a 49 % de todo o carbono acumulado em nossa atmosfera nos últimos dois séculos. “Fomentar os planos de restauração de ecossistemas para seu estado natural é fundamental para evitar que as presentes crises climáticas e as ameaças à biodiversidade saiam do controle”, diz Strassburg, que é cientista da sustentabilidade e também professor no Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio, sobre o artigo Global priority areas for ecosystem restoration, publicado na revista Nature. “As urgências mundiais relacionadas ao clima, à biodiversidade e às questões orçamentárias exigem soluções que possam lidar com todos esses aspectos, e nosso trabalho as oferece”. Ao identificar, no mundo inteiro e de forma precisa, quais ecossistemas devem ser restaurados a fim de beneficiar a biodiversidade e o clima a um custo baixo e sem maiores impactos na produção agrícola, esse estudo é o primeiro a demonstrar evidências de abrangência mundial de que a localização é o fator mais importante para os esforços de restauração que almejem resultados profundos em prol das metas de biodiversidade, clima e segurança alimentar. De acordo com o estudo, a restauração pode ser treze vezes mais eficaz quando feita em locais de maior prioridade. O estudo enfoca primeiramente os potenciais benefícios da restauração de ecossistemas tanto florestais como não florestais no mundo inteiro. “Pesquisas anteriores deram destaque às florestas e à reflorestação e quase não abordaram o papel da restauração de pastagens nativas e outros ecossistemas, cuja destruição seria extremamente  prejudicial para a biodiversidade e deve ser evitada. Nossa pesquisa mostra que, embora a reparação de florestas seja fundamental para mitigar o aquecimento global e proteger a biodiversidade, outros ecossistemas também desempenham um papel importante”, afirma Strassburg. O novo relatório da Nature se baseia nos terríveis alertas da ONU de que estamos prestes a perder um milhão de espécies nas próximas décadas e que o mundo falhou em grande parte em seus esforços para atingir as metas mundiais de biodiversidade definidas em 2020, incluindo a meta de restaurar 15% dos ecossistemas do planeta. Os países estão dobrando seus esforços para evitar as extinções em massa na reta final para a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) que acontecerá em Kunming, China, em 2021. A expectativa é de que um tratado mundial de proteção à natureza seja assinado nesse encontro. Este novo relatório da Nature, que tem como coautor David Cooper,  secretário executivo da CBD, servirá de base para a discussão sobre a restauração e mostrará como a revitalização de ecossistemas ajuda a abordar diversos objetivos. Através da ferramenta PLANGEA—uma plataforma sofisticada de otimização que aplica uma multiplicidade de critérios e oferece uma abordagem matemática para encontrar soluções precisas a uma variedade de problemas — e das tecnologias de mapeamento, os pesquisadores avaliaram 2,87 bilhões de hectares de ecossistemas convertidos em terras agrícolas no mundo inteiro: dessas áreas, 54 % era originalmente floresta, 25 % pastagens, 14 % estepes, 4 % paisagens áridas e 2 % pântanos. Após isso, as áreas foram avaliadas com base em três fatores ou objetivos (habitats dos animais, sequestro de carbono e custo-benefício da restauração) para determinar que porcentagem — se 5, 15 ou 30 %— de restauração traria mais benefícios em termos de biodiversidade e absorção de carbono, com menores custos. Os pesquisadores também identificaram uma solução que transcenderia as fronteiras nacionais, capaz de gerar múltiplos benefícios. Essa solução responderia por 91 % dos potenciais benefícios para a biodiversidade, 82 % dos benefícios de mitigação do clima e reduziria os custos em 27 % ao se concentrar em áreas com baixos custos de implementação e de oportunidade. Ao projetar os benefícios de uma restauração à nível nacional—ou seja, que todos os países restaurem 15 % de suas florestas—os pesquisadores notaram uma redução de 28 % dos benefícios ligados à biodiversidade, 29 % dos benefícios climáticos e um aumento de 52 % nos custos. “Esses resultados destacam a importância primordial da cooperação internacional para alcançar esses objetivos. Cada país desempenha um papel diferente e complementar no cumprimento das metas globais de biodiversidade e clima”, disse Strassburg. O estudo descobriu que a restauração de diferentes ecossistemas gera benefícios diferentes e complementares. A restauração de florestas e pântanos, por exemplo, proporciona mais benefícios para o clima e a biodiversidade. Por outro lado, a reparação de pastagens e ecossistemas áridos é mais barata. Já a restauração de estepes na América do Sul e na África traz benefícios importantes para a sua tão particular biodiversidade. Em geral, a coordenação dos esforços de restauração em diferentes ecossistemas produzirá, ao todo, mais benefícios. “A restauração de florestas gera benefícios extremamente importantes e comprovados, porém, nosso estudo mostra que restaurar uma variedade maior de ecossistemas pode beneficiar ainda mais a biodiversidade e contribuir mais para os objetivos climáticos”, afirma Strassburg. Diante do receio de que a restauração de ecossistemas perturbaria a produção agrícola ao reduzir as áreas de cultivo de alimentos, os pesquisadores calcularam que porcentagem de ecossistemas poderia ser restaurada sem que o suprimento de alimentos fosse afetado. Descobriram que 55 %, ou 1,578 bilhões de hectares de ecossistemas transformados em áreas agrícolas poderiam ser restaurados sem interromper a produção de alimentos. Isso seria possível por meio de uma produção de alimentos sustentável e bem planejada, baseada em uma agricultura mais intensiva, na redução do desperdício de alimentos e na diminuição da produção de carne e queijo, que exigem grandes quantidades de terra e que,

Read more

Nature: Áreas prioritárias globais para a restauração de ecossistemas

A restauração de ecossistemas é fundamental para a conservação da biodiversidade e a estabilização do clima da Terra. Embora ambiciosas metas nacionais e globais  tenham sido definidas, as áreas prioritárias globais responsáveis ​​pelo alcance dos objetivos de conversação da biodiversidade, mitigação das mudanças climáticas e custos ainda precisam ser identificadas. Este estudo apresenta pela primeira vez uma abordagem de otimização multicritério que identifica áreas prioritárias para restauração em todos os biomas e estima seus benefícios e custos. Ele mostra que restaurar 30% das terras convertidas em áreas prioritárias poderia evitar 71% das espécies ameaçadas de extinções, enquanto sequestra 49% do aumento total de carbono na atmosfera desde a revolução industrial. Incluir vários biomas é a chave para alcançar vários benefícios, e a relação custo-benefício pode aumentar até treze vezes com alocações espaciais multicritério otimizadas. Os resultados confirmam as vastas contribuições potenciais da restauração para os desafios globais, ao mesmo tempo em que enfatizam a necessidade de buscar esses objetivos de forma sinérgica. Acesse o artigo

Read more

Nature: Conservação baseada em área no século XXI

A humanidade em breve definirá uma nova era para a natureza – uma era que visa reverter décadas de respostas pouco eficientes à crise global da biodiversidade. É provável que os esforços de conservação baseados em áreas, que incluem áreas protegidas e outras medidas eficazes de conservação, se estendam e se diversifiquem. No entanto, deficiências persistentes na representação ecológica e na eficácia do manejo diminuem o papel potencial da conservação com base na área na redução da perda de biodiversidade. Este estudo mostra como a expansão de áreas protegidas por governos nacionais desde 2010 teve sucesso limitado em aumentar a cobertura em diferentes elementos da biodiversidade (ecorregiões, 12.056 espécies ameaçadas, ‘Áreas Chave de Biodiversidade’ e áreas selvagens) e serviços ecossistêmicos (pesca produtiva, e serviços de carbono em terra e no mar). Para melhorar as chances de sucesso após 2020, a conservação baseada em área deve contribuir de forma mais eficaz para atender às metas globais de biodiversidade – que vão desde a prevenção de extinções de espécies até a proteção dos ecossistemas mais intactos – e investir na colaboração com povos indígenas, associações comunitárias e iniciativas privadas que são central para o sucesso da conservação da biodiversidade. O sucesso de longo prazo da conservação baseada em áreas exige que as partes da Convenção sobre Diversidade Biológica garantam financiamento adequado, planejem as mudanças climáticas e tornem a conservação da biodiversidade uma parte muito mais forte das políticas de gestão de terra, água e mar. Acesse o artigo aqui ou baixe a versão em PDF.   O mapa mostra a expansão anual de áreas protegidas em reinos marinhos (cores azul a rosa) e terrestres (cores verde a vermelho) na Terra. Os dados da área protegida foram obtidos da ref. 7 do artigo. As fronteiras dos países foram obtidas do Banco de Dados de Áreas Administrativas Globais (www.gadm.org). As zonas econômicas exclusivas foram obtidas do Flanders Marine Institute (www.marineregions.org).

Read more

Panorama político de Serviços Ecossistêmicos no Brasil: um enfoque para Pagamento por Serviços Ambientais

Neste Seminário CSRio, a bióloga e mestre em ecologia Thaís Pimenta de Almeida falou sobre a arena política e jurídica do conceito de serviços ecossistêmicos, buscando avaliar os espaços por meio dos quais iniciativas como Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) podem se expandir e auxiliar na transição para a sustentabilidade, em especial, no Brasil. A apresentação aconteceu no dia 08 de outubro de 2020 por meio de videoconferência. Sobre a  palestrante: Thaís é bióloga, mestre em ecologia pela UNICAMP e doutoranda em Meio Ambiente e Conservação pela UFRJ. Possui experiência em ecologia vegetal na Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia, onde atua em atividades de monitoramento e recuperação ambiental. Atualmente trabalha com governança socioecológica, serviços ecossistêmicos e sustentabilidade, tendo participado como co-autora do 1° Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES). Os encontros são abertos ao público, e o debate seguido da apresentação será conduzido de forma aberta e participativa. Não é necessária inscrição prévia. Informações: contato@csrio.org.

Read more

Associações entre fatores socioambientais e recuperação da biodiversidade em escala de paisagem em florestas tropicais regeneradas naturalmente

A regeneração natural é a chave para a restauração florestal em grande escala, mas pode levar a diferentes resultados de biodiversidade dependendo do contexto socioambiental. Este estudo combina os resultados de uma meta-análise global para quantificar como a recuperação da biodiversidade em florestas em regeneração natural se desvia dos valores da biodiversidade em florestas antigas de referência, com modelagem de equações estruturais, para identificar associações diretas e indiretas entre fatores socioeconômicos, biofísicos e ecológicos e desvios na recuperação da biodiversidade em escala de paisagem. Baixo desvio dentro de uma paisagem significa maiores chances de vários sites naturalmente regenerando florestas recuperando a biodiversidade com sucesso em comparação com a referência florestas. O desvio na recuperação da biodiversidade foi diretamente associado negativamente com a porcentagem de terras cultiváveis, cobertura florestal e positivamente associada à porcentagem de áreas urbanas na paisagem circundante. Esses três fatores mediaram as associações indiretas com o tamanho da população rural, desmatamento bruto recente, tempo desde o início da regeneração natural, temperatura média anual, déficit hídrico médio anual, densidade de estradas, custo de oportunidade da terra, cobertura percentual de áreas florestais estritamente protegidas e variação da população humana na paisagem circundante. O estudo sugere  que a restauração da floresta natural deve ser priorizada em paisagens com baixas pressões socioeconômicas na conversão do uso da terra para pastagens e áreas urbanas, e alta porcentagem de cobertura florestal. Direct and indirect associations between socio-environmental factors and deviation in biodiversityrecovery. Colored panels indicate different pathways (blue–percentage of forest cover (Forest); purple–percentage of urban areas (Urban); pink–percentage of cropland (Cropland), with solid (direct paths) and dotted lines (indirect paths). Blue lines represent positive associations and red lines, negative asso- ciations. Def = gross deforestation rate, Rpop = rural population density, Pop = human population variation, Oppt = land opportunity cost, Road = road density, Time = time since natural regeneration started, WD = water deficit, Temp = mean annual temperature, SPA = strictly protected forest areas. Estimates and standard deviation (in parentheses) are given for each path. R2 values showed in dependent variables symbols represent the fraction of deviation in biodiversity recovery explained by four multiple generalized linear regressions included in the Structural Equation Model

Read more

A humanidade está em uma encruzilhada – alerta o quinto relatório global da biodiversidade da ONU

Apesar de suportar o progresso em várias áreas, a natureza enfrenta acentuado processo de degradação. Oito mudanças transformadoras são, portanto, necessárias com urgência para garantir o bem-estar humano e salvar o planeta, alerta o último relatório da ONU. O relatório surge no momento em que a pandemia COVID-19 desafia as pessoas a repensar sua relação com a natureza e a considerar as profundas consequências para seu próprio bem-estar e sobrevivência que podem resultar da perda contínua da biodiversidade e da degradação dos ecossistemas. O Global Biodiversity Outlook 5 (GBO 5), publicado pela Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CBD) da ONU, e que contou com a colaboração do coordenador do CSRio e Professor de Ciências da Sustentabilidade da PUC-Rio Bernardo Strassburg, oferece uma visão geral confiável do estado da natureza. É um relatório final sobre o progresso em relação às 20 metas globais de biodiversidade acordadas em 2010 com um prazo de 2020, e oferece lições aprendidas e melhores práticas esquecidas. No que diz respeito às Metas de Biodiversidade de Aichi, definidas em 2010, a análise com base no 6º conjunto de relatórios nacionais para a CDB e as últimas descobertas científicas mostra que apenas sete dos 60 critérios de sucesso estipulados para o atingimento das 20 metas foram alcançados; enquanto 38 mostraram progresso. No caso de 13 elementos, nenhum progresso foi feito, ou até mostrado piora, e para dois elementos o nível de progresso é desconhecido. O relatório conclui que, ao todo, das 20 metas, seis delas (9, 11, 16, 17, 19 e 20) foram parcialmente atingidas até o prazo de 2020. O relatório apela para uma mudança de “business as usual” em uma gama de atividades humanas. Ele descreve oito transições que reconhecem o valor da biodiversidade, a necessidade de restaurar os ecossistemas dos quais depende toda a atividade humana e a urgência de reduzir os impactos negativos de tal atividade: A transição de terras e florestas: conservando ecossistemas intactos, restaurando ecossistemas, combatendo e revertendo a degradação e empregando planejamento espacial em nível de paisagem para evitar, reduzir e mitigar mudanças no uso da terra. A transição da agricultura sustentável: redesenhar os sistemas agrícolas por meio de abordagens agroecológicas e outras abordagens inovadoras para aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, minimizar os impactos negativos sobre a biodiversidade. A transição do sistema alimentar sustentável: permitindo dietas sustentáveis ​​e saudáveis ​​com maior ênfase em uma diversidade de alimentos, principalmente à base de vegetais, e consumo mais moderado de carne e peixe, bem como cortes dramáticos nos resíduos envolvidos no abastecimento e consumo de alimentos . A transição da pesca sustentável e dos oceanos: proteger e restaurar ecossistemas marinhos e costeiros, reconstruir a pesca e gerenciar a aquicultura e outros usos dos oceanos para garantir a sustentabilidade e aumentar a segurança alimentar e os meios de subsistência. A transição das cidades e da infraestrutura: implantar “infraestrutura verde” e abrir espaço para a natureza em paisagens construídas para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos cidadãos e reduzir a pegada ambiental das cidades e da infraestrutura. A transição dos corpos de água doce: uma abordagem integrada que garante os fluxos de água exigidos pela natureza e pelas pessoas, melhorando a qualidade da água, protegendo habitats críticos, controlando espécies invasoras e salvaguardando a conectividade para permitir a recuperação dos sistemas de água doce das montanhas à costa. A transição da ação climática sustentável: empregando soluções baseadas na natureza, juntamente com uma rápida eliminação do uso de combustível fóssil, para reduzir a escala e os impactos das mudanças climáticas, enquanto fornece benefícios positivos para a biodiversidade e outras metas de desenvolvimento sustentável. A transição da saúde para todos (“OneHealth”) que inclui a biodiversidade: gestão de ecossistemas, incluindo ecossistemas agrícolas e urbanos, bem como o uso da vida selvagem, por meio de uma abordagem integrada, para promover ecossistemas saudáveis ​​e pessoas saudáveis. GBO-5 destaca a necessidade urgente de agir para desacelerar e acabar com perdas adicionais e destaca exemplos de medidas comprovadas disponíveis para ajudar a alcançar a visão consensual do mundo: “Viver em harmonia com a natureza” até 2050.   Acesse o Sumário para Tomadores de Decisão no link abaixo: Global Biodiversity Outlook 5 Acesse o relatório completo no website da CBD.

Read more

Conflitos socioambientais e sustentabilidade urbana na cidade do Rio de Janeiro

No próximo seminário CSRio, os pesquisadores Rafael Soares Gonçalves e Gláucio Maciel irão analisar casos de conflitos socioambientais na cidade do Rio de Janeiro, visando aprofundar a noção de sustentabilidade urbana. A apresentação acontecerá no dia 24 de setembro de 2020, de 17h00 às 19h00, por meio de videoconferência através do link: https://puc-rio.zoom.us/j/92457823538?pwd=bEg4S3pMc2FJYk02OHpBcUs2TWZWQT09#success ID da reunião: 924 5782 3538 | Senha de acesso: 116914 Sobre os palestrantes: Rafael Soares Gonçalves é advogado e historiador, com doutorado em história pela Universidade de Paris VII e pós-doutorado em antropologia pela École des Hutes Études en Sciences Sociales (EHESS). É professor do departamento de Serviço Social da PUC-Rio e coordenador do Laboratório de Estudos Urbanos e Socioambientais (LEUS), além de pesquisador de produtividade do CNPq e Jovem Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ. Gláucio Maciel é educador ambiental, com doutorado em Serviço Social pela PUC-Rio. fundador do Coletivo Malê (RJ), é também pesquisador associado ao Laboratório de Estudos Urbanos e Socioambientais (LEUS). Os encontros são abertos ao público, e o debate seguido da apresentação será conduzido de forma aberta e participativa. Não é necessária inscrição prévia. Informações: contato@csrio.org .

Read more
Mudanças na produção e consumo de alimentos aliadas a planejamento territorial inteligente podem frear perda de biodiversidade e começar a regenerar o planeta até 2050

Mudanças na produção e consumo de alimentos aliadas a planejamento territorial inteligente podem frear perda de biodiversidade e começar a regenerar o planeta até 2050

Reverter a perda da biodiversidade até 2050, ou antes disso, é impossível se não houver uma união de esforços de conservação, restauração e uma verdadeira transformação no modo de produzir e consumir alimentos. A conclusão é do estudo “Dobrando a curva da perda de biodiversidade”, conduzido por múltiplas instituições de pesquisa e publicado na revista Nature, que contou com a participação do coordenador do CSRio e diretor do IIS Bernardo Strassburg. O estudo, que faz parte do último Relatório do Planeta Vivo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), explorou metas globais de biodiversidade, com foco na reversão dos impactos das atividades humanas. O objetivo era entender como desacelerar o ritmo de desaparecimento de espécies vegetais e animais e passar a recuperar suas populações, ou seja, como dobrar a curva de perda para ganho de biodiversidade. Para isto, foram utilizados diversos modelos e cenários recentemente desenvolvidos. Para Strassburg, pesquisador brasileiro que participou do estudo, os desafios para a humanidade, com o objetivo de tornar o futuro mais sustentável, são grandes. Entretanto, segundo ele, as recompensas são inéditas e, sem dúvidas, valem a pena. “Nós demonstramos que é possível conjugar o crescimento da produção agrícola com a conservação e a regeneração na natureza e seus sistemas vitais à vida, inclusive humana. Isso requer uma combinação plenamente factível de esforços otimizados de conservação e restauração com a redução do desperdício, a intensificação sustentável da produção, dietas menos impactantes e um comércio internacional mais sustentável. Requer vontade política e mobilização de consumidores e produtores, mas as recompensas seriam enormes: ao inverter o milenar processo de degradação da natureza, seríamos a primeira geração humana a deixar o planeta mais sustentável do que encontramos, com enormes benefícios para nós e para as gerações futuras”, declara Strassburg, Professor de Ciência da Sustentabilidade da PUC-Rio, C0ordenador do CSRio e Diretor Executivo do Instituto Internacional para a Sustentabilidade, coautor do estudo. Ainda segundo Strassburg, a partir de um reposicionamento estratégico do Brasil no que diz respeito a políticas de biodiversidade, é possível que o país seja um dos líderes deste movimento que, caso aconteça, trará benefícios imensuráveis para as gerações futuras. “Se migrarmos da aposta em queimadas e desmatamento e a inevitável perda de valor e mercados, o Brasil tem um potencial comprovado para liderar esta transição global, agregando valor ao agronegócio ao se posicionar como o produtor mais limpo do planeta”, complementa o professor.   Como resultado, foram fornecidas informações importantes sobre caminhos que podem tornar real a visão para 2050 da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica – “Vivendo em harmonia com a natureza”. Para que as tendências globais da biodiversidade terrestre afetada pela mudança no uso da terra parem de declinar e comecem a se recuperar em 2050 ou antes, os pesquisadores apontam dois eixos prioritários de atuação. Segundo eles, são necessários: Esforços arrojados de conservação e restauração, juntamente com maior eficácia de gestão, terão que ser intensificados rapidamente. O estudo presume que 40% das áreas terrestres globais sejam protegidas no curto prazo. Isso deve acontecer em conjunto com grandes esforços para restaurar terras degradadas (atingindo cerca de 8% das áreas terrestres até 2050 nos cenários de estudo) e esforços de planejamento do uso da terra que equilibrem os objetivos de produção e conservação em todas as terras manejadas. Sem esses esforços, os declínios na biodiversidade podem apenas ser desacelerados em vez de interrompidos e qualquer recuperação potencial permaneceria lenta. Transformação do sistema alimentar: como esforços ousados de conservação e restauração por si só serão insuficientes, são necessárias medidas adicionais para lidar com as pressões globais sobre o sistema alimentar. Os esforços para dobrar a curva da biodiversidade terrestre global incluem redução do desperdício de alimentos, dietas com menor impacto ambiental (como por exemplo diminuindo a ingestão de proteína animal) e intensificação e comércio sustentáveis. Para de fato dobrar a curva até 2050 ou antes, no entanto, uma ação integrada nestas duas áreas se faz necessária. Por outro lado, os cenários que combinavam o aumento dos esforços de conservação e restauração com os esforços para transformar o sistema alimentar mostraram que as oportunidades para esforços ambiciosos de conservação e restauração eram maiores e os potenciais impactos adversos à segurança alimentar neutralizados, garantindo assim uma curvatura das tendências globais na biodiversidade terrestre global afetada pela mudança no uso da terra até 2050. Finalmente, essa mudança transformadora nos sistemas de uso de alimentos e da terra também proporcionaria co-benefícios significativos, como uma grande contribuição para metas ambiciosas de mitigação do clima, pressão reduzida sobre os recursos hídricos, excesso de nitrogênio reativo reduzido no meio ambiente, e benefícios para a saúde. De acordo com os autores, uma verdadeira reversão dos declínios da biodiversidade provavelmente exigirá um conjunto ainda mais amplo de ações, abordando a perda de biodiversidade juntamente com as mudanças climáticas. Com o Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020 chegando ao fim com resultados mistos, as conclusões do estudo são diretamente relevantes para as negociações em andamento na Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica.

Read more
Seminário CSRio: Gestão da biodiversidade e serviços ecossistêmicos em paisagens rurais: um enfoque socioecológico

Seminário CSRio: Gestão da biodiversidade e serviços ecossistêmicos em paisagens rurais: um enfoque socioecológico

No Seminário CSRio do dia 10 de setembro de 2020, as biólogas Camila Islas e Alice Ramos falaram sobre a gestão integrada de paisagens rurais a partir das experiências obtidas em suas pesquisas de doutorado, realizadas no Vale do Paraíba paulista, sob o enfoque socioecológico. Sobre as palestrantes: Camila é Bióloga pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e Mestra e Doutora em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atua na Pesquisa, Ensino e Extensão em assuntos relacionados à área socioambiental. Possui experiência com Gestão de Recursos Naturais e Ecologia, Manejo e Conservação da Biodiversidade (sobretudo da fauna silvestre) e dos Serviços Ecossistêmicos. Em especial, i) aborda os efeitos da presença e da ação humana sobre comunidades e ecossistemas e ii) investiga possibilidades para a gestão de recursos e territórios, a partir da perspectiva dos Sistemas Socioecológicos, integrando o Conhecimento Ecológico Tradicional e Local e utilizando métodos participativos. Participa atualmente como jovem pesquisadora da Avaliação sobre o Uso Sustentável de Espécies Selvagens da Plataforma Intergovernamental de Ciência e Política sobre a Biodiversidade e os Serviços Ecossistêmicos (IPBES). Alice Ramos de Moraes é bióloga, especialista em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e doutora em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É pesquisadora junto ao Laboratório de Ecologia e Manejo de Ecossistemas (LEME) e ao Grupo de Conservação e Gestão de Recursos de Uso Comum (CGCommons), ambos sediados no Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais – NEPAM/UNICAMP. Suas pesquisas têm enfoque socioecológico, englobando temas como serviços ecossistêmicos e bem-estar humano, conservação por comunidades, resiliência socioecológica. Atua também como consultora em sustentabilidade e como associada da OSCIP Akarui, onde colabora com projetos de estímulo a práticas ambientalmente sustentáveis e socialmente justas no meio rural do Vale do Paraíba paulista.

Read more