Os serviços ecossistêmicos do solo em regiões tropicais: uma revisão sistemática

Os serviços ecossistêmicos do solo em regiões tropicais: uma revisão sistemática

As abordagens dos serviços ecossistêmicos do solo (SES) evidenciam a importância do solo para o bem-estar humano, contribuem para melhorar o diálogo entre a ciência e a tomada de decisões, além de estimular a tradução dos resultados científicos em políticas públicas. Por meio de uma revisão sistemática, foi avaliado o estado da arte das abordagens de SES em regiões tropicais através de 41 publicações que, embora em sua maioria considerassem o SES, era aparente a falta de uma estrutura consistente para definir o SES. A maioria dos estudos mediu o capital natural e os processos do solo, enquanto apenas três estudos realizaram a avaliação monetária. Embora o número de publicações tenha aumentado (de 1 para 41), entre 2001 e 2019, o número total de publicações para regiões tropicais ainda é pequeno. Os países com maior número de publicações são o Brasil (8), Colômbia (6) e México (4). Essa observação enfatiza uma importante lacuna de conhecimento referente às abordagens de SES e sua ligação com as regiões tropicais. Com o impulso global por trás das abordagens SES, há uma oportunidade de integrar as abordagens SES às políticas e práticas nas regiões tropicais. O uso de ferramentas de avaliação SES em regiões tropicais pode transformar a forma como as decisões de uso da terra são tomadas, mitigando a degradação do solo e protegendo os ecossistemas que sustentam o solo. Acesse o artigo aqui. 

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Dinâmica do solo na restauração florestal: um conjunto de dados para regiões temperadas e tropicais

Dinâmica do solo na restauração florestal: um conjunto de dados para regiões temperadas e tropicais

Restaurar ecossistemas florestais tornou-se uma prioridade global. No entanto, a dinâmica do solo ainda é pouco avaliada nos estudos de restauração e falta conhecimento sobre como o solo é afetado pelo processo de restauração florestal. O estudo “Soil dynamics in forest restoration: a data set for temperate andtropical regions” (Allek & Crouzeilles 2021) compila informações sobre a dinâmica do solo na restauração florestal com base nos atributos físicos, químicos e biológicos do solo em regiões de floresta temperada e tropical. A análise abrange 50 artigos científicos em 17 países diferentes e contém 1.469 pontos de informações quantitativas de atributos de solo entre referências (por exemplo, floresta antiga) e ecossistemas restaurados (por exemplo, florestas em seu estágio inicial ou secundário de sucessão) dentro do mesmo estudo. Foram selecionados  estudos conduzidos em ecossistemas florestais, para incluir vários locais de amostragem (réplicas) em ecossistemas restaurados e de referência, e para abranger dados quantitativos de atributos do solo para ecossistemas de referência e restaurados. Registramos em cada estudo as seguintes informações: (1) ano de estudo, (2) país, (3) região de floresta (tropical ou temperada), (4) latitude, (5) longitude, (6) classe de solo, (7) ) perturbação passada, (8) estratégia de restauração (ativa ou passiva), (9) idade de restauração, (10) tipo de atributo do solo (físico, químico ou biológico); (11) atributo do solo, (12) unidade de atributo do solo, (13) amostragem do solo (procedimentos), (14) data da amostragem, (15) profundidade do solo amostrada, (16) análise do solo, (17) valores quantitativos dos atributos do solo para ecossistemas restaurados e de referência, (18) tipo de variação (erro padrão de desvio) para ecossistemas restaurados e de referência, e (19) valores quantitativos da variação para ecossistemas restaurados e de referência. Esses foram os dados mais comuns disponíveis nos estudos selecionados. Este extenso banco de dados sobre a diferença dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo entre ecossistemas de referência e restaurados pode preencher parte da lacuna existente tanto na ciência do solo quanto na restauração florestal em termos de (1) quais são os atributos críticos do solo a serem monitorados durante a restauração florestal? e (2) como os fatores ambientais afetam os atributos do solo na restauração florestal? Os dados serão disponibilizados para a comunidade científica para análises posteriores sobre ciência do solo e restauração florestal. As lacunas de informação do solo durante o processo de restauração florestal e seus padrões gerais podem ser resolvidos usando este conjunto de dados. Não há direitos autorais ou restrições de propriedade.

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Análise qualitativa baseada em pesquisa da percepção da geração jovem sobre o desenvolvimento sustentável na Polônia

Análise qualitativa baseada em pesquisa da percepção da geração jovem sobre o desenvolvimento sustentável na Polônia

Compreender a percepção sobre Desenvolvimento Sustentável pode ajudar a identificar equívocos em torno do conceito para a formulação de melhores planos de educação e políticas públicas sobre o tema.  Nesse sentido, avaliar a percepção das questões de sustentabilidade com foco na geração jovem é importante para imaginar o que o futuro reserva em termos de abordagem do desenvolvimento sustentável. Neste estudo, foram conduzidas 177 entrevistas pessoais em um grupo heterogêneo de alunos e voluntários aleatórios em quatro cidades da Polônia para avaliar sua percepção do Desenvolvimento Sustentável. A grande maioria (89,3%) dos entrevistados estava familiarizada com o termo “Desenvolvimento Sustentável”. Porém, parte deles (57%) relacionou o tema apenas às dimensões do desenvolvimento humano e social e suas instituições, enquanto 17,5% o relacionou aos aspectos ambientais. Os resultados apoiados pela revisão da literatura destacam os desafios relativos ao caminho para uma percepção abrangente do Desenvolvimento Sustentável e, consequentemente, o alcance dos ODS. Com base nesses resultados, foi possível identificar oportunidades e incentivos para levar a Polônia em direção à Agenda 2030.

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Estudo baseado na percepção sobre o valor da natureza para as pessoas e preservação da natureza no Brasil e Polônia

Estudo baseado na percepção sobre o valor da natureza para as pessoas e preservação da natureza no Brasil e Polônia

Compreender a percepção sobre a natureza é fundamental para compreender o comportamento humano e a tomada de decisões sobre o meio ambiente. Este estudo foi baseado em uma pesquisa realizada no Brasil e na Polônia para entender melhor a percepção da preservação da terra para a natureza e o valor percebido desta. Os países foram selecionados por amostragem intencional e dada sua importância local e global para a conservação da biodiversidade e seus complexos contextos socioecológico de conservação versus sistemas agroflorestais. Foram aplicados questionários online (N = 1030) no Brasil e entrevistas presenciais na Polônia (N = 322). Os entrevistados brasileiros demonstraram maior atitude pró-ambiental do que os participantes poloneses. Quando perguntados: “Quanto da natureza que resta deve ser poupada?, quase 51% dos brasileiros responderam “tudo”, contra 13% dos poloneses respondentes. Pouco menos da metade dos entrevistados poloneses (45,6%) indicou que metade da natureza que resta deve ser poupada. Os entrevistados brasileiros também atribuíram maior percepção ao valor intrínseco da natureza em comparação com os entrevistados poloneses: no total, 76% dos brasileiros concordou totalmente que “a natureza, suas plantas e animais têm valor por si próprios, independente de sua utilidade para nós” contra 25% dos entrevistados poloneses. O estudo contribui para uma melhor compreensão do pontos de alavancagem para impulsionam atitudes pró-ambientais em ambos os países.  

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Definição de metas ambiciosas para a biodiversidade e sustentabilidade

A política global de biodiversidade está em uma encruzilhada. Recentes avaliações globais da natureza e do clima mostram tendências de piora e uma janela de ação que se estreita rapidamente. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) anunciou recentemente que, das 20 metas de Aichi estabelecidas em 2010, apenas seis foram parcialmente alcançadas. Diante desse cenário, as nações estão negociando a próxima geração de metas globais da CDB, a serem adotadas em 2021, e que enquadrarão as ações dos governos e outros atores nas próximas décadas. Em resposta às metas propostas no esboço do Quadro de Biodiversidade Global (GBF) pós-2020, foi solicitado aos negociadores que levantassem os três pontos que críticos, uma vez que os objetivos acordados são estabilizar ou reverter o declínio da natureza. Em primeiro lugar, o estabelecimento de múltiplos objetivos são necessários, em função da complexidade da natureza, que apresenta diferentes perspectivas – genes, populações, espécies, história evolutiva profunda, ecossistemas e suas contribuições para as pessoas – tendo diferentes distribuições geográficas assim como diferentes respostas aos direcionamentos humanos. Em segundo lugar, as interligações entre essas facetas significam que as metas devem ser definidas e desenvolvidas de forma holística, ao invés de isoladas, com potencial para avançar em várias metas simultaneamente e minimizar os trade-offs entre elas. Terceiro, apenas o mais alto nível de ambição ao definir cada meta e implementar todas as metas de maneira integrada dará uma chance realista de parar – e começar a reverter – a perda de biodiversidade até 2050. Columns show different facets of nature and its contributions to people (NCP). Each cell shows a potential goal (in bold) at a particular level of ambition in attaining it, and some consequences of reaching it, including effects on the other facets of nature and NCP. Only the scenario in green would contribute substantially to “bending the curve” of biodiversity loss. See supplementary materials for further details.

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Nature: Áreas prioritárias globais para a restauração de ecossistemas

A restauração de ecossistemas é fundamental para a conservação da biodiversidade e a estabilização do clima da Terra. Embora ambiciosas metas nacionais e globais  tenham sido definidas, as áreas prioritárias globais responsáveis ​​pelo alcance dos objetivos de conversação da biodiversidade, mitigação das mudanças climáticas e custos ainda precisam ser identificadas. Este estudo apresenta pela primeira vez uma abordagem de otimização multicritério que identifica áreas prioritárias para restauração em todos os biomas e estima seus benefícios e custos. Ele mostra que restaurar 30% das terras convertidas em áreas prioritárias poderia evitar 71% das espécies ameaçadas de extinções, enquanto sequestra 49% do aumento total de carbono na atmosfera desde a revolução industrial. Incluir vários biomas é a chave para alcançar vários benefícios, e a relação custo-benefício pode aumentar até treze vezes com alocações espaciais multicritério otimizadas. Os resultados confirmam as vastas contribuições potenciais da restauração para os desafios globais, ao mesmo tempo em que enfatizam a necessidade de buscar esses objetivos de forma sinérgica. Acesse o artigo

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Nature: Conservação baseada em área no século XXI

A humanidade em breve definirá uma nova era para a natureza – uma era que visa reverter décadas de respostas pouco eficientes à crise global da biodiversidade. É provável que os esforços de conservação baseados em áreas, que incluem áreas protegidas e outras medidas eficazes de conservação, se estendam e se diversifiquem. No entanto, deficiências persistentes na representação ecológica e na eficácia do manejo diminuem o papel potencial da conservação com base na área na redução da perda de biodiversidade. Este estudo mostra como a expansão de áreas protegidas por governos nacionais desde 2010 teve sucesso limitado em aumentar a cobertura em diferentes elementos da biodiversidade (ecorregiões, 12.056 espécies ameaçadas, ‘Áreas Chave de Biodiversidade’ e áreas selvagens) e serviços ecossistêmicos (pesca produtiva, e serviços de carbono em terra e no mar). Para melhorar as chances de sucesso após 2020, a conservação baseada em área deve contribuir de forma mais eficaz para atender às metas globais de biodiversidade – que vão desde a prevenção de extinções de espécies até a proteção dos ecossistemas mais intactos – e investir na colaboração com povos indígenas, associações comunitárias e iniciativas privadas que são central para o sucesso da conservação da biodiversidade. O sucesso de longo prazo da conservação baseada em áreas exige que as partes da Convenção sobre Diversidade Biológica garantam financiamento adequado, planejem as mudanças climáticas e tornem a conservação da biodiversidade uma parte muito mais forte das políticas de gestão de terra, água e mar. Acesse o artigo aqui ou baixe a versão em PDF.   O mapa mostra a expansão anual de áreas protegidas em reinos marinhos (cores azul a rosa) e terrestres (cores verde a vermelho) na Terra. Os dados da área protegida foram obtidos da ref. 7 do artigo. As fronteiras dos países foram obtidas do Banco de Dados de Áreas Administrativas Globais (www.gadm.org). As zonas econômicas exclusivas foram obtidas do Flanders Marine Institute (www.marineregions.org).

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Associações entre fatores socioambientais e recuperação da biodiversidade em escala de paisagem em florestas tropicais regeneradas naturalmente

A regeneração natural é a chave para a restauração florestal em grande escala, mas pode levar a diferentes resultados de biodiversidade dependendo do contexto socioambiental. Este estudo combina os resultados de uma meta-análise global para quantificar como a recuperação da biodiversidade em florestas em regeneração natural se desvia dos valores da biodiversidade em florestas antigas de referência, com modelagem de equações estruturais, para identificar associações diretas e indiretas entre fatores socioeconômicos, biofísicos e ecológicos e desvios na recuperação da biodiversidade em escala de paisagem. Baixo desvio dentro de uma paisagem significa maiores chances de vários sites naturalmente regenerando florestas recuperando a biodiversidade com sucesso em comparação com a referência florestas. O desvio na recuperação da biodiversidade foi diretamente associado negativamente com a porcentagem de terras cultiváveis, cobertura florestal e positivamente associada à porcentagem de áreas urbanas na paisagem circundante. Esses três fatores mediaram as associações indiretas com o tamanho da população rural, desmatamento bruto recente, tempo desde o início da regeneração natural, temperatura média anual, déficit hídrico médio anual, densidade de estradas, custo de oportunidade da terra, cobertura percentual de áreas florestais estritamente protegidas e variação da população humana na paisagem circundante. O estudo sugere  que a restauração da floresta natural deve ser priorizada em paisagens com baixas pressões socioeconômicas na conversão do uso da terra para pastagens e áreas urbanas, e alta porcentagem de cobertura florestal. Direct and indirect associations between socio-environmental factors and deviation in biodiversityrecovery. Colored panels indicate different pathways (blue–percentage of forest cover (Forest); purple–percentage of urban areas (Urban); pink–percentage of cropland (Cropland), with solid (direct paths) and dotted lines (indirect paths). Blue lines represent positive associations and red lines, negative asso- ciations. Def = gross deforestation rate, Rpop = rural population density, Pop = human population variation, Oppt = land opportunity cost, Road = road density, Time = time since natural regeneration started, WD = water deficit, Temp = mean annual temperature, SPA = strictly protected forest areas. Estimates and standard deviation (in parentheses) are given for each path. R2 values showed in dependent variables symbols represent the fraction of deviation in biodiversity recovery explained by four multiple generalized linear regressions included in the Structural Equation Model

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Mudanças na produção e consumo de alimentos aliadas a planejamento territorial inteligente podem frear perda de biodiversidade e começar a regenerar o planeta até 2050

Mudanças na produção e consumo de alimentos aliadas a planejamento territorial inteligente podem frear perda de biodiversidade e começar a regenerar o planeta até 2050

Reverter a perda da biodiversidade até 2050, ou antes disso, é impossível se não houver uma união de esforços de conservação, restauração e uma verdadeira transformação no modo de produzir e consumir alimentos. A conclusão é do estudo “Dobrando a curva da perda de biodiversidade”, conduzido por múltiplas instituições de pesquisa e publicado na revista Nature, que contou com a participação do coordenador do CSRio e diretor do IIS Bernardo Strassburg. O estudo, que faz parte do último Relatório do Planeta Vivo do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), explorou metas globais de biodiversidade, com foco na reversão dos impactos das atividades humanas. O objetivo era entender como desacelerar o ritmo de desaparecimento de espécies vegetais e animais e passar a recuperar suas populações, ou seja, como dobrar a curva de perda para ganho de biodiversidade. Para isto, foram utilizados diversos modelos e cenários recentemente desenvolvidos. Para Strassburg, pesquisador brasileiro que participou do estudo, os desafios para a humanidade, com o objetivo de tornar o futuro mais sustentável, são grandes. Entretanto, segundo ele, as recompensas são inéditas e, sem dúvidas, valem a pena. “Nós demonstramos que é possível conjugar o crescimento da produção agrícola com a conservação e a regeneração na natureza e seus sistemas vitais à vida, inclusive humana. Isso requer uma combinação plenamente factível de esforços otimizados de conservação e restauração com a redução do desperdício, a intensificação sustentável da produção, dietas menos impactantes e um comércio internacional mais sustentável. Requer vontade política e mobilização de consumidores e produtores, mas as recompensas seriam enormes: ao inverter o milenar processo de degradação da natureza, seríamos a primeira geração humana a deixar o planeta mais sustentável do que encontramos, com enormes benefícios para nós e para as gerações futuras”, declara Strassburg, Professor de Ciência da Sustentabilidade da PUC-Rio, C0ordenador do CSRio e Diretor Executivo do Instituto Internacional para a Sustentabilidade, coautor do estudo. Ainda segundo Strassburg, a partir de um reposicionamento estratégico do Brasil no que diz respeito a políticas de biodiversidade, é possível que o país seja um dos líderes deste movimento que, caso aconteça, trará benefícios imensuráveis para as gerações futuras. “Se migrarmos da aposta em queimadas e desmatamento e a inevitável perda de valor e mercados, o Brasil tem um potencial comprovado para liderar esta transição global, agregando valor ao agronegócio ao se posicionar como o produtor mais limpo do planeta”, complementa o professor.   Como resultado, foram fornecidas informações importantes sobre caminhos que podem tornar real a visão para 2050 da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica – “Vivendo em harmonia com a natureza”. Para que as tendências globais da biodiversidade terrestre afetada pela mudança no uso da terra parem de declinar e comecem a se recuperar em 2050 ou antes, os pesquisadores apontam dois eixos prioritários de atuação. Segundo eles, são necessários: Esforços arrojados de conservação e restauração, juntamente com maior eficácia de gestão, terão que ser intensificados rapidamente. O estudo presume que 40% das áreas terrestres globais sejam protegidas no curto prazo. Isso deve acontecer em conjunto com grandes esforços para restaurar terras degradadas (atingindo cerca de 8% das áreas terrestres até 2050 nos cenários de estudo) e esforços de planejamento do uso da terra que equilibrem os objetivos de produção e conservação em todas as terras manejadas. Sem esses esforços, os declínios na biodiversidade podem apenas ser desacelerados em vez de interrompidos e qualquer recuperação potencial permaneceria lenta. Transformação do sistema alimentar: como esforços ousados de conservação e restauração por si só serão insuficientes, são necessárias medidas adicionais para lidar com as pressões globais sobre o sistema alimentar. Os esforços para dobrar a curva da biodiversidade terrestre global incluem redução do desperdício de alimentos, dietas com menor impacto ambiental (como por exemplo diminuindo a ingestão de proteína animal) e intensificação e comércio sustentáveis. Para de fato dobrar a curva até 2050 ou antes, no entanto, uma ação integrada nestas duas áreas se faz necessária. Por outro lado, os cenários que combinavam o aumento dos esforços de conservação e restauração com os esforços para transformar o sistema alimentar mostraram que as oportunidades para esforços ambiciosos de conservação e restauração eram maiores e os potenciais impactos adversos à segurança alimentar neutralizados, garantindo assim uma curvatura das tendências globais na biodiversidade terrestre global afetada pela mudança no uso da terra até 2050. Finalmente, essa mudança transformadora nos sistemas de uso de alimentos e da terra também proporcionaria co-benefícios significativos, como uma grande contribuição para metas ambiciosas de mitigação do clima, pressão reduzida sobre os recursos hídricos, excesso de nitrogênio reativo reduzido no meio ambiente, e benefícios para a saúde. De acordo com os autores, uma verdadeira reversão dos declínios da biodiversidade provavelmente exigirá um conjunto ainda mais amplo de ações, abordando a perda de biodiversidade juntamente com as mudanças climáticas. Com o Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020 chegando ao fim com resultados mistos, as conclusões do estudo são diretamente relevantes para as negociações em andamento na Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica.

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Benefícios econômicos da proteção de 30% áreas terrestres e oceanos do planeta superam os custos numa proporção de 5 para 1

Benefícios econômicos da proteção de 30% áreas terrestres e oceanos do planeta superam os custos numa proporção de 5 para 1

No mais abrangente relatório publicado até o momento sobre as implicações econômicas da proteção da natureza, mais de 100 economistas e cientistas descobriram que a economia global se beneficiaria em uma proporção de 5 para em relação aos custos – se pelo menos 30% do território global e dos oceanos fossem protegidos. O relatório oferece novas evidências de que o setor de conservação da natureza promove o crescimento econômico, oferece benefícios não monetários importantes e é um contribuinte líquido para uma economia global resiliente. O relatório independente, “Protegendo 30% do planeta para a natureza: custos, benefícios e implicações econômicas”, é a primeira análise de impactos de áreas protegidas em vários setores econômicos, incluindo agricultura, pesca e silvicultura, além da conservação da natureza setor. O estudo mede os impactos financeiros das áreas protegidas na economia global e benefícios não monetários, como serviços de ecossistemas, incluindo mitigação das mudanças climáticas, proteção contra inundações, fornecimento de água limpa e conservação do solo. Em todas as medidas, os especialistas descobrem que os benefícios são maiores quando mais natureza é protegida, em oposição à manutenção do status quo. Atualmente, aproximadamente 15% da terra do mundo e 7% do oceano têm algum grau de proteção. O relatório conclui que as proteções adicionais levariam a uma média de US $ 250 bilhões em aumento da produção econômica anualmente e a uma média de US $ 350 bilhões em serviços ecossistêmicos aprimorados anualmente em comparação com o status quo. “Nosso relatório mostra que a proteção na economia de hoje gera mais receita do que as alternativas e provavelmente adiciona receita à agricultura e à silvicultura, além de ajudar a evitar mudanças climáticas, crises hídricas, perda de biodiversidade e doenças. Aumentar a proteção da natureza é uma política sólida para os governos que lidam com múltiplos interesses. Você não pode colocar um preço na natureza – mas os números econômicos apontam para sua proteção ”, afirma Anthony Waldron, principal autor do relatório e pesquisador focado em finanças de conservação, extinção global de espécies e agricultura sustentável. Os autores do relatório constatam que a obtenção dos benefícios substanciais da proteção de 30% da terra e do oceano do planeta exige um investimento médio anual de aproximadamente US $ 140 bilhões até 2030. Atualmente, o mundo investe pouco mais de US $ 24 bilhões por ano em áreas protegidas.”Esse investimento é pouco comparado aos benefícios econômicos que as áreas protegidas adicionais proporcionariam e ao apoio financeiro muito maior atualmente concedido a outros setores”, disse Enric Sala, co-autor o relatório, explorador residente da National Geographic Society.  “Investir para proteger a natureza representaria menos de um terço da quantia que os governos gastam em subsídios para atividades que destroem a natureza. Representaria 0,16% do PIB global e exigiria menos investimentos do que o mundo gasta em videogames todos os anos. ” Segundo Bernardo B. N. Strassburg, Coordenador do CSRio, Professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio e Coordenador do Centro de Ciências da Conservação e Sustentabilidade – CSRio e um dos co-autores do estudo, “O relatório é uma adição muito robusta a um crescente corpo de evidências de que conservar e restaurar a natureza é uma boa decisão de investimento. Além de beneficiar a sociedade como um todo, o relatório demonstra crucialmente que a conservação da natureza compensa mesmo em setores como a agricultura. Isso ressalta que a conservação da natureza deve estar no centro dos planos econômicos das sociedades para se recuperar da crise de Covid e pode promover o desenvolvimento nas próximas décadas. ” O relatório foi encomendado pela Campanha pela Natureza (CFN) a uma coalizão de mais de 100 organizações de conservação e cientistas de todo o mundo para apoiar a meta de 30% ou mais e aumentar o apoio financeiro à conservação. A CFN recomenda que o financiamento seja proveniente de todas as fontes, incluindo assistência oficial ao desenvolvimento, orçamentos domésticos do governo, financiamento climático direcionado a soluções baseadas na natureza, filantropos, corporações e novas fontes de receita ou economia por meio de alterações regulatórias e de subsídios. Como 70-90% do custo seria focado em países de baixa e média renda por causa da localização da biodiversidade mais ameaçada do mundo, esses países exigirão assistência financeira de várias fontes.

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Potencial da biomassa para produção de biogás agrícola na Polônia

Potencial da biomassa para produção de biogás agrícola na Polônia

O Gerenciamento adequado de resíduos de biomassa, gerados pela indústria agrícola e de alimentos, pode reduzir os impactos negativos desses resíduos no meio ambiente. O uso alternativo para os resíduos agrícolas é a produção de biogás, uma vez que utiliza a biomassa  – resíduos de origem animal e vegetal e orgânicos de produção de alimentos – como matéria prima. Este estudo analisa o potencial de resíduos selecionados de biomassa da indústria agroalimentar, na produção agrícola de biogás, na Polônia. Os resíduos agro-alimentares mais comuns, usados ​​como substratos para usinas de biogás na Polônia, são silagem de milho, chorume e resíduos de destilaria.É importante que o insumo para as instalações agrícolas de biogás se baseie em resíduos gerados no local e co-produtos que exijam condições adequadas de descarte ou armazenamento, e que possam ser prejudiciais ao meio ambiente.O estudo também discute as limitações que podem ter um efeito desfavorável no desenvolvimento de usinas de biogás na Polônia. Dado o potencial estimado de biomassa, assim como as premissas do uso do biogás agrícola  e os inegáveis ​​benefícios proporcionados pela sua produção- as usinas agrícolas de biogás devem ser consideradas um ramo promissor na produção sustentável de eletricidade e energia térmica na Polônia, especialmente nas áreas rurais.

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Comunicação de Serviços Ecossistêmicos para Público Não Científico

Comunicação de Serviços Ecossistêmicos para Público Não Científico

Os resultados científicos também devem ser disseminados para o público não científico. A comunicação e a troca de conhecimentos geralmente não são tratadas como prioridade para os cientistas, possivelmente devido à falta de tempo, interesse ou recompensa. Realizamos uma atividade de educação ambiental por meio de um método ativo de aprendizagem em uma escola do Rio de Janeiro, cujo objetivo era explicar conceitos de atividade de gerenciamento de recursos ambientais, tragédia de bens comuns, ponto de inflexão e taxa de reprodução. O jogo era focado na pesca, mas conceitos semelhantes são usados ​​no gerenciamento de outros bens comuns, como água, ar e solos cada vez mais. A atividade e os resultados são apresentados nos vídeos abaixo:

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